Na República da Irlanda os escândalos de abuso sexual também mexeram com a ida de pessoas às celebrações.
Não há muitos anos, em 1975, mais de 90% dos irlandeses iam todas as semanas à igreja. Agora vão 36%, de acordo com os últimos censos.
A República da Irlanda chegou a ser vista como o país mais católico do mundo. Mas já não é, reforça o canal Euronews.
No país os escândalos de abuso sexual também mexeram com a ida de pessoas às celebrações.
John Collins, da Associação de Padres Católicos Irlandeses, não esconde que esses casos causaram um impacto “catastrófico” na Igreja na Irlanda.
”Catastrófico é, na realidade, a única resposta. Tivemos sempre um problema, antes de os escândalos de abuso sexual de crianças surgirem no país. Havia um problema com a Igreja, no sentido em que muitas pessoas que decidiam falar, diziam que a Igreja era demasiado controladora e tinha demasiado controlo sobre as suas vidas, e elas rejeitavam isso”, relatou.
O caso destacado é o de Mark Vincent Healy, que revelou que foi abusado sexualmente por um membro da Ordem Espiritana na sua escola, nas décadas 1960 e 1970.
“Teve um profundo efeito psicológico em mim e na forma como tomava decisões em coisas que queria fazer na minha vida. Mais recentemente e, obviamente, quando este assunto ressurgiu na minha vida, tudo mudou”.
“Estou há 16 anos à procura de compensação e justiça. Não se trata de uma extensão da justiça só para mim, mas para tantos outros sobreviventes na Irlanda”, acrescenta.
A Igreja recusa pagar indemnizações e tenta agir como se nada tivesse acontecido, alertou Michael Kelly, editor do jornal The Irish Catholic.
“Os escândalos de abuso sexual têm sido absolutamente devastadores para a Igreja. Não apenas o abuso propriamente dito, o qual, claro, foi horrível para as vítimas, mas o facto de que, quando as vítimas se apresentaram, quando falaram com aqueles que ocupavam posições de liderança dentro da Igreja, foram ignoradas, foi-lhes dito que estavam a inventar, foi minimizado de forma consistente.”
A percentagem de católicos na Irlanda é agora de pouco mais de 70% – e continua a cair.
Aliás, Patsy McGarry, correspondente religioso do Irish Times, acha que a Igreja Católica na Irlanda está “em declínio terminal”.
Mas não só por causa dos escândalos de abuso sexual: “Contribuíram fortemente para uma tendência desde os finais dos anos 60, desde que a educação gratuita foi introduzida no país”.
Como Católico novamente reitero que a “monarquia” que é a Igreja Católica além de não reconhecer os erros, tenta fazer de conta que nada se passa quando existem relatos com provas; mas lá está, o Rei (vulgo Papa) faz o que lhe apetece, visto ter a sua jurisdição.
Nada como começar a recorrer aos tribunais internacionais e gerar “buzz”, que ainda desconfortável para as vítimas poderá ser uma solução.
Vergonhoso é apenas um apelido.
Voltar para a prática das sagradas escrituras, à simplicidade do evangelho de Cristo, faria muito bem ao catolicismo romano. O grande problema do catolicismo foi se afastar da verdadeira mensagem de Jesus. Voltar à prática do “primeito amor”, , como dito em Apocalipse
A maioria das pessoas já descobriu que não precisa de religião para nada. E quanto mais desenvolvidos menos religiosos. O que é perfeitamente compreensível.
Apoio integralmente a opinião do Nuno Cardoso.
Onde há muito poder e dinheiro é esquecida a espiritualidade. Só resta a corrupção.