A jovem iraniana Sahar Khodayari, de 29 anos, imolou-se em frente a um tribunal de Teerão depois de ter sido condenada a seis meses de prisão por tentar ir a um jogo. A sua morte parece ter mudado a lei do Irão.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou hoje que o Irão deu garantias de que as mulheres poderão assistir a jogos de futebol no país a partir de outubro.
“Asseguraram-nos que a partir do próximo jogo internacional do Irão, as mulheres serão autorizadas a entrar nos estádios de futebol”, disse Gianni Infantino, em Milão, durante uma conferência sobre futebol feminino.
Há poucos dias, a jovem iraniana Sahar Khodayari, de 29 anos, imolou-se em frente a um tribunal de Teerão, vindo a falecer, depois de ter sido condenada a seis meses de prisão por tentar ir a um jogo.
A morte de Sahar Khodayari suscitou uma onda de protestos nas redes sociais, com várias figuras mediáticas a pedirem à FIFA que banisse o Irão das competições internacionais e aos adeptos que não assistissem aos jogos.
Masoud Shojaei, capitão da seleção de futebol masculino do Irão, disse no Instagram que a proibição está “enraizada em pensamentos desatualizados e constrangedores que não serão compreendidos pelas gerações futuras”.
Ainda em junho deste ano, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, lançou um alerta à Federação Iraniana para que adotasse medidas concretas que permitissem a entrada de mulheres nos recintos desportivos – caso contrário seriam alvo de sanções. Apesar do aviso, no mês passado, as autoridades prenderam quatro mulheres por desrespeitarem a proibição, acabando por libertá-las mais tarde sob fiança.
Há dois dias, uma delegação da FIFA esteve no Irão, onde reuniu com responsáveis governamentais, tendo garantido que “as conversações foram bastante produtivas”.
Em agosto, a agência oficial de informação iraniana, IRNA, citando o ministro do Desporto, informou que as mulheres seriam autorizadas a assistir, em 10 de outubro, ao jogo entre o Irão e o Camboja, de qualificação para o Mundial de 2022.
ZAP // Lusa