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Irão enforcou jornalista por incitar protestos contra regime

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Moj / Wikimedia

Ruholá Zam (E) em tribunal.

O ativista e jornalista iraniano Ruholá Zam, diretor do ‘site’ Amadnews, foi hoje enforcado depois de ter sido condenado à morte por incitar protestos contra o regime em finais de 2017 no Irão, informaram hoje as autoridades iranianas.

“Zam foi condenado à morte por 13 acusações, incluindo corrupção na terra, e a sua sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal e, após os procedimentos legais de hoje, 12 de dezembro de 2020, a sua sentença de morte foi executada e foi enforcado”, informa a Procuradora-Geral e Revolucionária, em comunicado.

A denominação de “corrupção na terra” está entre as acusações mais graves consideradas pelo Irão, nas quais se inclui o assassinato, o terrorismo ou insurgir-se contra o Estado e em que a jurisprudência islâmica costuma punir com enforcamento.

Ruholá Zam, que viveu vários anos exilados em França, foi detido em 2019 no Irão pelo serviço de inteligência da Guarda Revolucionária, depois de cair “numa armadilha” daquele grupo de elite que conseguiu fazê-lo viajar até ao país, segundo uma informação publicada na altura por este corpo militar.

De acordo com as autoridades, Zam aproveitou a sua condição de filho do clérigo Mohamad Ali Zam para aproximar-se de descendentes de altos responsáveis do país e obter informação sensível sobre o regime teocrático.

Durante os protestos que rebentaram em dezembro de 2017 no Irão contra a fome e que derivaram em críticas contra o sistema, o canal da Telegram Amadnews, de Zam, publicou numerosas informações e imagens.

Este canal foi bloqueado pelo Irão, que acusou o ativista e jornalista de incitar a violência e de ser “uma ferramenta nas mãos dos serviços de espionagem estrangeiros” contra o Irão.

Estes protestos, em que morreram mais de 20 pessoas e milhares foram detidas, foram seguidos de outros em novembro de 2019 contra a subida do preço da gasolina e do sistema teocrático iraniano, que foram ainda mais mortíferos.

Zam já tinha estado preso no Irão devido à sua participação nas manifestações do Movimento Verde de 2009 contra a reeleição do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadineyad.

Depois de ser libertado, exilou-se em França, onde residiu até à sua detenção no ano passado.

// Lusa

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2 Comments

  1. Religião e poder político nunca devem andar de mãos dadas! Fazer leis para proteger os seus líderes e outras baseadas em livros de estórias levados aos céus com milénios de propaganda dá nisto. Não passam de ditadores. A diferença é que estes dizem que são divinos, os outros dizem outras parvoíces quaisquer. Não passam da manifestação do pior da natureza humana. Eles que façam aquele regime tirânico caír! Power to the people!

  2. Deviam proibir de uma vez por todas a junção de poder político e religioso à frente de uma nação. É a mistura/promiscuidade mais “explosiva” de todas. Fanaticismo, aliado a crenças imaginárias de bem e mal (sempre o bem é a versão do livro deles). Só leva a repressão, subversão da natureza humana e impedimento do desenvolvimento espiritual. Fora fanáticos!

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