Já é possível ir ao “Espaço” sem sair da Terra — ou da China

File photo/Xinhua

As manchetes do “Primeiro Simulador de Ambiente Espacial da China” soam como algo saído diretamente de umas férias de aventura.

Embora não se possa comprar bilhetes para ‘experimentar’, na realidade serve para a China testar naves espaciais antes de as lançarem nos ambientes hostis do Espaço.

Permite aos investigadores simular nove fatores ambientais; vácuo, temperaturas altas e baixas, partículas carregadas, radiação eletromagnética, poeira espacial, plasma, campo magnético fraco, gases neutros e microgravidade – e até tem um aspeto futurista!

O Instituto de Tecnologia de Harbin e a Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China desenvolveram o simulador como parte da primeira grande instalação científica da China. O seu nome oficial é a instalação de Simulação e Pesquisa de Ambiente Espacial, ou SESRI, abreviadamente, e proporcionará foco para explorar os ambientes do Espaço com ênfase em naves espaciais e formas de vida, bem como nas interações de plasma (gás carregado).

A instalação cobre uma área do tamanho de 50 campos de futebol, tem quatro laboratórios principais e tem a capacidade de personalizar as condições ambientais com base nos requisitos de investigação.

Cada um aborda um aspeto diferente da exploração espacial, por exemplo, a câmara de Simulação de Poeira Lunar estuda o impacto da poeira em naves espaciais, astronautas e nos seus fatos espaciais. Qualquer pessoa ou nave que viaje pelo Espaço está sujeita a flutuações extremas de temperatura, a níveis elevados de partículas carregadas e radiação eletromagnética, e a níveis mais altos de poeira espacial, e todos estes são ajustáveis com o simulador.

Algumas experiências que anteriormente requeriam tempo no Espaço já não terão de ser lançados e podem ser completadas na Terra, num ambiente muito mais controlado, seguro e até mais barato.

O Vice-Comandante Chefe do projeto, Li Liyi, até refletiu que era como trazer a estação espacial para a Terra. Além de oferecer e simular o ambiente para testar naves espaciais, também permitirá a realização de experiências de melhoramento agrícola e ciências da vida para explorar a reação e interação humanas com colónias de longo prazo em outros planetas.

A inauguração oficial ocorreu após 18 anos de trabalho do início ao fim e espera estabelecer a China como uma das principais potências aeroespaciais do mundo. Já recebeu interesse de até 110 universidades e institutos de mais de 30 países.

O SESRI tem grande importância para a China na facilitação de avanços científicos e tecnológicos que podem abranger tecnologias, ciências e até indústrias. Mas as aspirações da China não param por aí. Esperam que ajude a desvendar alguns dos mistérios do universo e a revelar leis científicas que governam o cosmos que vemos hoje.

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