Um grupo de antropólogos da Universidade de Staffordshire, no Reino Unido, analisou a sepultura de William Shakespeare e concluiu que o seu crânio pode mesmo ter sido roubado por ladrões de sepulturas.
As conclusões desta investigação foram reveladas num documentário no canal inglês Channel 4 e vêm ao encontro da velha história que se contava de que a cabeça do escritor teria sido roubada da sepultura. Este estudo arqueológico dá forma científica a essa lenda.
O túmulo de Shakespeare encontra-se na Catedral da Santíssima Trindade, em Stratford-on-Avon, localidade onde terá nascido e onde terá sido enterrado a 16 de Abril de 1616.
Os antropólogos da Universidade de Staffordshire analisaram o túmulo recorrendo a um radar não invasivo, com poder de penetração no solo, e detectaram “uma estrutura de tijolo muito estranha” que atravessa a extremidade da cabeça da sepultura, conforme refere o líder da investigação, Kevin Colls, em declarações ao jornal The Guardian.
“Deparámo-nos com esta coisa estranha e inesperada na extremidade da cabeça. Era muito óbvio, com toda a informação que estávamos a receber, que havia algo de diferente naquele local particular. Concluímos que são sinais de perturbação, de material a ser desenterrado e posto no lugar de novo“, explica o antropólogo britânico.
“O roubo de sepulturas era uma coisa em grande nos séculos XVII e XVIII. As pessoas queriam os crânios de pessoas famosas para potencialmente os poderem analisar e perceber o que fazia deles génios. Não é surpresa que os restos de Shakespeare fossem um alvo”, diz ainda Kevin Colls.
Esta ideia de que a sepultura do famoso dramaturgo pode não conter a sua cabeça genial não deverá reduzir o número de visitas turísticas ao local. Pelo contrário, no ano em que se assinala o 400º aniversário da morte de Shakespeare, as autoridades esperam que haja ainda mais turistas a irem ao local.
SV, ZAP