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Investidor chinês foi indicado ao Montepio pelo Governo

Mário Cruz / Lusa

Tomás Correia afirma que foi o Governo que encaminhou para o Montepio a proposta do investidor chinês que compraria, no ano passado, 60% da Montepio Seguros.

A negociação com a CEFC – China Energy Company Limited para investir no Montepio Seguros foi apresentada à Associação Mutualista Montepio Geral pelo gabinete do primeiro-ministro António Costa.

Segundo o Público, que avança informação que ficou registada em ata da Associação Mutualista Montepio Geral, a proposta chinesa foi encaminhada pelo Governo com o objetivo de “encetar conversações” com vista “a desenvolver parcerias nas áreas dos seguros e da banca”.

Essa intenção acabou mesmo por se concretizar, depois de um reunião da associação mutualista em setembro, com o acordo de venda de 60% da Montepio Seguros ao grupo chinês, e consta da ata 187 da reunião do Conselho Geral do Montepio – Associação Mutualista.

Nessa mesma ata, ficou registado o pedido de intervenção de Tomás Correia para informar a maioria dos conselheiros da existência de um grupo chinês interessado em desenvolver em Portugal uma parceria na área dos seguros e da banca, nomeadamente “com a alienação do Montepio Investimento e de parte do capital do Finibanco Angola”.

O jornal refere ainda que foi o próprio presidente da associação que confirmaria a origem dessa proposta, afirmando que tomara conhecimento desse facto “mediante proposta, encaminhada via Gabinete do senhor Primeiro-Ministro“.

Além disso, Tomás Correia afirmou que a seguradora Lusitânia ia continuar a funcionar como habitualmente “sem qualquer acordo de cooperação que visasse a utilização de um canal bancário”, aconselhando que se considere a hipótese de negócio com os chineses.

O Público adianta ainda que a CEFC pretendia “instalar um centro financeiro na Europa, sediado em Portugal, entrando a CEFC com capital na Lusitânia”. Uma aliança que, a seu ver, era “necessária para ganhar dimensão”, dadas as dificuldades existentes no mercado português.

Por sua vez, fonte oficial do gabinete de António Costa esclareceu que “o senhor primeiro-ministro recebeu no ano passado uma delegação do grupo CEFC que transmitiu o interesse empresarial de investir em Portugal”. No entanto, ao contrário do que está registado na ata, o responsável garante que “não foi abordado o tema Montepio Geral“.

Segundo o Jornal de Negócios, numa nota enviada esta sexta-feira pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa, o Governo demente que tenha sido a ponte de ligação entre o investidor chies e o Montepio.

Desmente-se formal e cabalmente a manchete de hoje do diário Público, conforme esclarecimento já ontem prestado ao respetivo jornal”, pode ler-se na nota.

ZAP //

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