São centenas ou milhares: as Cotylorhiza tuberculata multiplicaram-se no Mar Menor. E também é consequência das alterações climáticas.
São imagens impressionantes, foi uma sensação impressionante para quem se viu rodeado por elas – mas também é uma consequência das alterações climáticas.
O Mar Menor, aqui ao lado em Espanha, foi literalmente invadido por medusas – conhecidas como medusas de ovo frito.
“Costumo ficar completamente coberta mas, naquele dia, as medusas ficaram ao nosso redor. Não nos fizeram nada, foi uma sensação impressionante”, relata Isabel Rubio, do Pacto pela plataforma do Mar Menor, no El País.
O jornal relata que esta “explosão” começou há cerca de três semanas mas continua a crescer. E vai crescer ao longo do Verão.
E as medusas reproduzem-se rapidamente: um mês depois de terem nascido, já podem ter atingido maturidade sexual. Só vivem entre dois e seis meses, mas reproduzem-se rapidamente.
É uma espécie que acompanha muito correntes e ventos, com boa capacidade de se movimentar.
Mas, tal como se ouve no vídeo apresentado acima, esta invasão também é uma consequência das alterações climáticas: aumento da temperatura, mais calor na água do Mar Menor.
Mas também pode ser um bom sinal para a recuperação do ecossistema. E é sinal de que aquele mar está com boas (ou suficientes) condições para a existência de medusas.
Algumas Câmaras Municipais já pedem redes para proteger as praias – embora estas medusas não sejam perigosas.
E essa ideia pode não ter efeitos muito positivos: outros organismos ficam colados nas redes, as algas proliferam, a “troca de água” é menor e pode afectar a qualidade do banho.
Há muitos nitranos e fertilizantes no Mar Menor. Por isso, as suas águas têm uma eutrofização evidente – a eutrofização é caracretizada por um crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas.
É um desequilíbrio que tem originado a morte de muitos peixes e crustáceos. Falta oxigénio nas águas.
A espécie de medusa ovo frito, que até pode ajudar a lutar contra o cancro, passa por uma fase de pólipo que adere ao fundo do mar, onde pode permanecer por décadas – se não for comida entretanto.