Os mercados do Sudeste Asiático são lugares onde encontramos facilmente fósseis de insetos, incrustados em âmbar. Mas no ano passado, o gemologista Brian Berger fez uma descoberta muito mais rara e surpreendente.
No ano passado, Brian Berger comprou uma peça que inclui um fóssil de inseto incrustado em opala preciosa, um mineralóide cuja formação ainda é um grande mistério. “Após uma inspeção minuciosa, o inseto parece ter uma boca aberta e estar muito bem preservado”, afirmou o gemologista, citado pelo ScienceAlert.
Berger publicou várias fotografias da sua aquisição, durante a sua viagem à ilha indonésia de Java, no site Entomology Today. Dentro da pedra translúcida era possível observar um inseto completamente intacto.
O facto de o inseto estar incrustado numa pedra preciosa, e não em âmbar, significa que esta pedra não é apenas uma opala, mas sim um âmbar opalizado.
Algumas árvores segregam uma seiva pegajosa que pode imobilizar insetos, folhas, sementes e outras formas antigas de vida. Depois de permanecer enterrada nas condições sedimentares propícias, a seiva transforma-se num material macio chamado copal.
Sob milhões de anos de pressão subterrânea e calor, o copal transforma-se em âmbar – uma pedra amarelo-vivo ou laranja translúcida com uma antiga forma de vida dentro. No entanto, é bastante incomum que o âmbar se torne numa opala, já que a maioria das opalas indonésias encontradas é de origem vulcânica.
A opalização ocorre quando os silicatos dissolvidos são arrastados para dentro de fendas e cavidades pela água ou outros líquidos do solo. Aí, os silicatos endurecem em opalas, mas o âmbar localizado na presença de fluidos siliciosos quentes é extremamente raro.
“Do ponto de vista gemológico, esta é uma descoberta excitante e extremamente rara. E o mesmo pode ser dito da perspetiva entomológica”, escreveu Berger.
Ben McHenry, do South Australian Museum, disse ao ScienceAlert que este espécime “pode ser fundamental para compreendermos a formação de opalas”. O processo de amberização permanece um mistério, mas o especialista sugere que este processo tenha tido uma mãozinha de madeira opalizada, muito abundante na Indonésia.
Como a madeira é a fonte do âmbar, talvez o inseto se tenha escondido numa fenda de um pedaço de madeira antes de ocorrer a opalização.
Berger quer resolver o mistério e, por isso, está a trabalhar com cientistas para estudar em pormenor esta opala. “O âmbar opalizado é apenas a teoria inicial. Esperamos descobrir mais pormenores sobre o processo de formação em breve”, disse.
Parece o Champalimaud