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Inquérito à queda do BES parado há três anos. Aguarda informações da Suíça

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José Sena Goulão / Lusa

O inquérito-crime relativo à queda do Banco Espírito Santo foi aberto em agosto de 2014. Desde então, a Procuradoria-Geral da República diz estar há quase três anos à espera de informações das autoridades suíças para avançar com a investigação.

O comunicado divulgado pela Procuradoria-Geral da República, esta quinta-feira, dá a entender que o principal motivo pela demora na investigação é o facto de estarem à espera de informações das autoridades helvéticas, há quase três anos. O comunicado surge após o artigo da revista Sábado, de nome “O Desastre da investigação ao caso BES”.

O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, é um dos 41 arguidos do caso, que conta ainda com 120 milhões de euros apreendidos. Segundo o Público, o processo aberto pela PGR tem investigado crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, corrupção com prejuízo no comércio internacional, branqueamento de capitais e infidelidade e associação criminosa.

Uma panóplia de crimes de uma investigação que já se prolonga desde há cinco anos, após a queda do Banco Espírito Santo. Um trabalho de equipa acordado pelo Eurojust, com as autoridades portuguesas e suíças. Entretanto, foram feitas buscas e audições a arguidos, que segundo a RTP, são cerca de 199, feitas em Portugal, Estados Unidos, Suíça e Espanha.

O comunicado da PGR explica ainda que o processo da queda do BES compreende ainda 252 outros inquéritos. Além do colapso do banco, estão a ser investigadas as insolvências de várias sociedades do grupo BES, como é o caso da Espírito Santo Internacional e a Rio Forte.

As autoridades portuguesas aguardam “o cumprimento de cartas rogatórias enviadas à Suíça” devido a buscas e audições requeridas, “que se têm por determinantes para a prolação do despacho que porá termo ao processo“.

“As investigações criminais instauradas na Suíça, em cujo contexto foram congelados valores significativos, depositados em contas bancárias, não estão findas à data de hoje”. A Procuradoria-Geral da República passa, assim, a batata quente à Suíça, responsabilizando parcialmente os helvéticos pelo atraso na investigação.

O produto das buscas, segundo informa o Público, incluiu cerca de 100 milhões de ficheiros informáticos relativos a sistemas operativos bancários, sistemas de contabilidade e contratos. Comunicações escritas entre Portugal, Suíça, Luxemburgo, Panamá, Dubai e Espanha são também frutos das buscas feitas pela investigação conjunta.

ZAP //

2 Comments

  1. Só para investigar este mega-colossal caso, a equipa de investigadores deve ser gigantesca. E este é um caso entre muitos outros, porque a corrupção e os crimes económicos crescem como cogumelos nesta terra fértil, fora os crimes de outras naturezas. Assim, não há justiça que chegue para as encomendas, verdadeiramente tenebrosas em qualidade e quantidade!!

  2. A Suíça continua a viver com os roubos/desgraças dos outros!!
    Tem lá dinheiro roubado em Portugal (e não só!) e não dão informações às autoridades – nem sequer respondem!
    Esses parasitas são tão bons como os que roubam, já que ajudam esconder o produto do roubo!!

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