A taxa de inflação anual na zona euro voltou a bater recorde este mês, chegando aos 10,7% em outubro após 9,9% no mês passado, segundo uma estimativa publicada esta segunda-feira pelo gabinete estatístico da União Europeia (UE), o Eurostat.
Dados provisórios do Eurostat, citados pela agência Lusa, revelaram um novo máximo da série estatística, que já tinha sido quebrado m setembro, com 9,9% de taxa de inflação anual, percentagem agora ultrapassada com 10,7% em outubro.
Em Portugal, a inflação este mês ficou ligeiramente abaixo da média europeia, com 10,6%.
Na Zona Euro, a principal componente a ‘puxar’ por esta subida da inflação em outubro foi, à semelhança dos últimos meses, a energia (41,9%, contra 40,7% em setembro), seguida pela alimentação, álcool e tabaco (13,1%, contra 11,8%), bens industriais não energéticos (6,0%, contra 5,5%) e serviços (4,4%, contra 4,3%).
A taxa de inflação na zona euro tem vindo a acelerar desde junho de 2021, principalmente devido à subida dos preços da energia, e a atingir valores recorde desde novembro de 2021.
Como avançou a agência AFP, o crescimento económico também abrandou, com os economistas a recearem uma recessão. A subida dos preços tem afetado também produtos industriais, como o aço ou fertilizantes. O poder de compra dos consumidores está a diminuir, à medida que sobrem os preços dos combustíveis e dos serviços e dos alimentos.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mais elevado do que o esperado devido a um amplo apoio governamental que suavizou o golpe da inflação sobre os rendimentos, bem como as poupanças dos consumidores, disse Joerg Zeuner, economista chefe da Union Investment.
“No entanto, não há motivo para celebração”, disse ele. “Os números do PIB, juntamente com muitos outros indicadores, mostram que a economia perdeu claramente o vapor durante o verão”, notou.
Com os dados mais recentes, “a questão é quão profunda será a recessão e não se vai existir”, escreveram economistas da Oxford Economics.
Luz e gás batem máximos no primeiro semestre
Os preços médios da eletricidade e do gás na UE bateram recordes no primeiro semestre deste ano, ao chegarem, respetivamente, aos 25,3 euros e aos 8,6 euros por 100 quilowatt-hora (kWh), anunciou também o Eurostat, noticiou a Lusa.
Os dados relativos aos preços da eletricidade e do gás no primeiro semestre de 2022 mostraram que os valores médios da luz em uso doméstico na UE aumentaram em comparação com o mesmo período em 2021, passando de 22 euros por 100 kWh nesse período para agora atingirem 25,3 euros por 100 kWh.
O mesmo aconteceu com os preços médios do gás, que passaram de 6,4 euros por 100 kWh no primeiro semestre de 2021 para 8,6 euros por 100 kWh, na primeira metade de 2022.
Nestes dados, o Eurostat faz um retrato da série estatística, que arrancou no primeiro semestre de 2008, altura na qual os valores médios da luz em uso doméstico na UE se fixavam em 16 euros por 100 kWh (face aos 25,3 atuais) e os preços médios do gás eram de 5,8 euros por 100 kWh (contra os 8,6 atuais).
“Mais recentemente, os preços por grosso da eletricidade e do gás aumentaram substancialmente em toda a UE. Os custos da energia e do fornecimento afetados pela atual situação geopolítica, a agressão militar russa na Ucrânia, impulsionaram principalmente o aumento”, justifica o gabinete estatístico comunitário.
Estes valores têm em conta taxas e impostos nacionais e correspondem a uma média entre os 27 Estados-membros ou os países para os quais existem dados disponíveis.
De acordo com o Eurostat, o peso dos impostos e taxas nas faturas finais de eletricidade e gás cobradas às famílias na UE na primeira metade de 2022, em comparação com o período homólogo de 2021, “diminuiu significativamente à medida que os Estados-membros criaram subsídios e apoios governamentais para mitigar os elevados custos da energia”.
Assim, em comparação com a primeira metade de 2021, a percentagem de impostos na fatura de eletricidade nos primeiros seis meses deste ano caiu de 39% para 24% e, no caso do gás, de 36% para 27%.
Por Estados-membros, os preços totais da eletricidade em uso doméstico subiram em 22 países da UE na primeira metade deste ano, em comparação com a primeira metade de 2021, sendo que o maior aumento (expresso em moedas nacionais) foi registado na República Checa (+62%), na Letónia (+59%) e na Dinamarca (+57%).
Já as cinco maiores descidas nos preços da eletricidade doméstica entre os Estados-membros verificaram-se na Holanda (-54%), Eslovénia (-16%), Polónia (-3%), Portugal e Hungria (ambos 1%).
Entre a primeira metade de 2021 e o primeiro semestre de 2022, os preços do gás aumentaram em 23 dos 24 Estados-membros da UE para os quais existem dados disponíveis, subindo mais na Estónia (+154%), Lituânia (+110%) e Bulgária (+108%).
Houve apenas um Estado-membro em que os preços do gás natural para os consumidores domésticos caíram neste período, a Hungria (-0,5%), por ali os preços serem regulados, adiantou o Eurostat.
A economia, que tinha vindo a recuperar da pandemia, apresentou um crescimento de 0,2% no período julho e setembro, abrandando de 0,8% no segundo trimestre. Os economistas dizem que uma das principais razões é o aumento dos preços.
ZAP // Lusa
Agradeçam à OTAN e às más políticas praticadas pelo Governo do Sr.º Primeiro-Ministro António Costa e a união europeia (ue), pelo colapso da economia e da sociedade Europeia.