Ainda faltam apurar os valores da inflação de julho e agosto, mas dados conhecidos já permitem apontar para uma subida de 5% ou 6%. Subida será a maior desde a década de 1990.
Depois dos preços da energia e dos bens alimentares, os portugueses podem estar prestes a experienciar mais uma consequência da inflação, desta feita nas casas. Caso a atual tendência se mantenha, é provável que, no próximo ano, as rendas sofram o maior aumento automático em quase 30 anos.
Como tal, escreve o Público, os representantes dos inquilinos apelam à implementação de medidas que possam mitigar o impacto da subida, o que pode passar por um limite à atualização automática. No entanto, da parte do Governo não parece haver sinais de que tal pedido possa ser respondido.
Como explica o mesmo jornal, o valor das rendas dos contratos de arrendamento sofre uma atualização atual face à variação média dos últimos doze meses do índice de preços no consumidor – sem a componente de habitação, registada em agosto do ano anterior, em conformidade com os dados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os números referentes aos últimos meses, com julho e agosto ainda em falta, já permitem uma previsão do que irá acontecer: uma atualização automática superior a 5%, o valor mais elevado desde a década de 1990. O INE anunciou esta semana que a taxa de inflação homóloga se fixou nos 9%, o que colocou a taxa média dos últimos 12 meses em 4,1%. Caso a taxa de inflação homóloga se mantenha nos 9% em julho e agosto, a taxa de inflação média dos últimos 12 meses será de de 5,4%, por exemplo.
Tal como lembra a mesa fonte, para se encontrar uma taxa de variação tão elevada, é preciso recuar até 1994, um ano em que que as rendas foram atualizadas em 6,75%. A confirmar-se uma atualização na ordem dos 5%, uma renda que aos dias de hoje teria como valor 600 euros, passará para os 630 no próximo ano.