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O infernal Mercúrio é um planeta com cauda. E não há nada de paranormal nisso

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Mercúrio, o mais interno e infernal planeta do Sistema Solar, tem uma cauda brilhante, cuja origem pode ser explicada pelas propriedades do próprio mundo. É tudo uma questão de gravidade, relacionada com a massa de Mercúrio.

Em causa está uma cauda semelhante à de um cometa normal, fluindo a milhões de quilómetros de distância do planeta e brilhando através de uma luz ténue com tonalidades laranja-amareladas, descreve o portal Science Alert.

A cauda de Mercúrio nada tem de anormal, sendo a sua origem facilmente explicada através da características do próprio planeta, incluindo a sua massa e poder gravitacional – ou, neste caso em concreto, falta dele.

Sendo o planeta mais interno do Sistema Solar, Mercúrio é constantemente banhado por radiação e vento solar. No entanto, é demasiado pequeno e quente para que a sua gravidade possa reter qualquer atmosfera significativa durante muito tempo.

Na prática, Mercúrio não tem uma atmosfera como aquela que conhecemos noutros planetas, possuindo antes uma exosfera, uma fina camada composta principalmente por átomos de oxigénio, sódio, potássio e hidrogénio impulsionados pelo vento solar.

E é exatamente aqui que “nasce” a cauda da Mercúrio: esta formação observada em várias fotografias não é nada mais do que a exosfera do planeta a ser puxada pela radiação e vento solar, formando a velha cauda que normalmente associamos aos cometas.

O grande responsável pela cauda de Mercúrio são os átomos de sódio, que brilham quando são ionizados (produção de iões) pela radiação ultravioleta do Sol, num processo semelhante ao que impulsiona as auroras.

Mercúrio “rouba” assim a aparência de um cometa, com uma cauda que foi observada a fluir a quase 3,5 milhões de quilómetros do planeta. Também Vénus consegue ter uma estrutura semelhante quando o vento sopra na direção certa.

A cauda de Mercúrio é mais um exemplo da complexidade e diversidade dos planetas que “moram” no Sistema Solar. Tal como escreve o portal Science Alert, cada mundo tem as suas idiossincrasias e conhecê-las permite-nos melhor compreender os sistemas planetários e o Universo na sua globalidade.

Sara Silva Alves, ZAP //

5 Comments

  1. Além dessa pseudo cauda, todos planetas do nosso sistema solar observados pela sonda espacial SOHO apresentam uma cauda num pólo e outra vista no polo oposto. Aparentemente, seriam jatos de energia saindo e entrando no planeta, gerados pelo campo magnético. A Terra provavelmente também poderá ter essas caudas.

    • É possível ter gelo e “temperaturas infernais”!
      pplware.sapo.pt/ciencia/mercurio-podera-ter-gelo-mas-como-e-possivel-com-temperaturas-de-400-c

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