Um vídeo publicitário ao medicamento Ben-u-ron (paracetamol) está a ser investigado pelo Infarmed, que pretende perceber se o conteúdo do anúncio cumpre ou não as normas.
O anúncio ao Ben-u-ron que retrata momentos determinantes na relação entre mãe e filho está a ser exibido ao longo deste mês, durante o pico dos casos de gripe em Portugal.
A entidade reguladora referiu, citada pelo Jornal de Notícias, que “a peça publicitária está a ser avaliada, à semelhança de outras, quanto ao cumprimento das regras previstas na lei”.
Segundo o JN, apesar de o paracetamol poder ser vendido sem receita, trata-se de um medicamento que tem de obedecer a regras definidas no Estatuto do Medicamento.
À indústria farmacêutica deve informar o utente que leia com cuidado o folheto informativo e, “em caso de dúvida ou persistência dos sintomas” visite um “médico ou farmacêutico”. No entanto, no vídeo publicitário sobressai a estilização das imagens em vez das notas essenciais sobre o medicamento.
No primeiro semestre de 2016 o Infarmed avaliou 999 anúncios a fármacos e produtos de saúde, devido à preocupação dos profissionais de saúde sobre a automedicação.
Apesar de o paracetamol poder ser vendido sem receita médica, os seus efeitos secundários não são negligenciáveis e deve ser tomado com os cuidados associados a qualquer medicamento.
Em fevereiro do ano passado, um estudo das Universidades de Bristol (Reino Unido) e de Oslo (Noruega) revelou que as crianças que tomam paracetamol têm mais probabilidades de desenvolver asma do que aquelas que não tomam medicamentos com esta substância ativa. O estudo apurou que os mesmos riscos se verificam quando tomado durante a gravidez.
Em abril de 2015, uma investigação norte-americana mostrou que os comprimidos de paracetamol e outros medicamentos contra a dor que contêm acetaminofeno podem inibir as emoções de prazer. Estudos anteriores haviam mostrado que essa medicação tinha um efeito similar com as emoções de pavor.