Crianças que tomam paracetamol correm mais riscos de sofrer de asma

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As crianças que tomam paracetamol têm mais probabilidades de desenvolver asma do que aquelas que não tomam medicamentos com esta substância activa. É o que conclui um estudo que apurou que os mesmos riscos se verificam quando tomado durante a gravidez.

Esta investigação, feita nas Universidades de Bristol (Reino Unido) e de Oslo (Noruega), centrou-se no estudo da associação entre a exposição ao paracetamol, nos primeiros seis meses de vida das crianças, e o desenvolvimento de asma.

Os resultados, publicados no International Journal of Epidemiology, indicam que há uma relevante relação causa-efeito entre o paracetamol e a asma.

Os investigadores detectaram que há um aumento do risco de desenvolvimento daquela patologia em cerca de 29% aos três e aos sete anos, as idades que balizaram a investigação e em que as crianças foram avaliadas.

A pesquisa, que estudou mais de 100 mil grávidas, acompanhando os respectivos filhos até completarem 7 anos, apurou ainda que o risco é aumentado também quando a toma do paracetamol se verifica durante a gestação.

Os investigadores apontam como explicação para esta associação “a capacidade de o paracetamol induzir o stress oxidativo”, processo em que o organismo fica desequilibrado, fruto do excesso de produção das moléculas conhecidas como radicais livres, provenientes do oxigénio que respiramos.

Isto leva à oxidação dos principais constituintes do organismo, nomeadamente as proteínas, o ADN e as células, o que provoca o envelhecimento celular e várias doenças, entre as quais a asma.

O paracetamol é o componente activo do medicamento mais prescrito como analgésico para tratar dores e febres em crianças e em grávidas, o que leva os autores do estudo a notarem que será “benéfico” prosseguir a pesquisas mais detalhadas nesta área.

Uma segunda análise permitiu aos investigadores concluir que o uso de Ibuprofeno (a substância activa de outro medicamento frequentemente usado na infância) em idades pré-natais também está “positivamente associado com a asma aos 3 anos, mas não aos 7 anos”, destaca o estudo.

SV, ZAP

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