Inês de Sousa Real consegue “vitória folgada” contra André Ventura

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ZAP // José Sena Goulão / Lusa

Segundo debate para as legislativas mais “quente”. Inês perguntou o que andaram a fazer os deputados do Chega ao longo dos últimos dois anos.

Se o primeiro debate para as eleições legislativas 2024 foi morno, entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha, a temperatura subiu logo a seguir no encontro entre André Ventura e Inês de Sousa Real.

Ataque, contra-ataque, interrupções constantes, mais acusações sobre o passado do que propostas. Foi assim o debate na RTP.

Foram 30 minutos de caminhos e ideias muito diferentes, como destaca o jornal Público.

Falou-se sobre poder. Para Inês de Sousa Real, o Chega quer governar “a todo o custo”, o que “porá em causa os direitos sociais”. André Ventura lembrou o acordo na Madeira e disse que o PAN é que se “cola ao poder como uma lapa”, com medo de ir a eleições.

Na troca de acusações sobre o que foi feito, o líder do Chega acusou o PAN de ser “a muleta do PS”. A porta-voz do PAN atirou números sobre votações na última legislatura: “O Chega votou mais ao lado do PS do que o PAN. É uma verdade inconveniente”.

Em termos fiscais, Ventura repetiu que deve haver impostos sobre lucros excessivos dos bancos e das empresas petrolíferas – desde que o contribuinte não seja afectado por isso – e acusou a adversária de defender “o aumento sistemático dos impostos sobre os combustíveis”. Inês de Sousa Real assegurou que o PAN “está ao lado das famílias” e que o Chega “votou ao lado da banca”.

Entre outros (poucos) assuntos, falou-se sobre habitação. André Ventura fez uma comparação com os tempos da ditadura: “A média de construção em Portugal na última década foi abaixo da última década do Estado Novo”. Inês lamentou essa recordação – “É essa a comparação que querem fazer? Sabemos ao que vêm…” – e apelou a um levantamento do património do Estado, para que entre no mercado imobiliário.

Ao longo do debate, Inês de Sousa Real foi deixando uma pergunta: o que andaram os deputados do Chega a fazer ao longo dos últimos dois anos? “12 deputados, zero medidas aprovadas”, repetiu.

Embalada por esse refrão, e não só, a candidata do PAN conseguiu uma “vitória folgada” sobre o candidato do Chega, lê-se no jornal Expresso. Inês de Sousa Real surpreendeu: atacou sistematicamente e obrigou André Ventura a defender-se várias vezes.

E Ventura cometeu um erro básico: não fez contas e, assim, defendeu mal a sua ideia. Aconteceu quando falou sobre as eleições do dia anterior nos Açores: disse que seria fácil haver Governo no arquipélago com PSD e Chega. Seriam “só dois partidos” – quando na verdade seriam quatro: PSD, CDS, PPM e Chega.

Sousa Real também falhou, num engano diferente: chamou “Assembleia Nacional” à actual Assembleia da República – Assembleia Nacional era no tempo do… Estado Novo.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

18 Comments

  1. Uma Mulher que usou de forma inteligente e serena as armas do rival, para lhe dar uma valente sova.
    Boa! !
    Onde há Mulheres, não se confessam homens!

  2. Albertina, a resposta é a que está a pensar: a Assembleia estava nas mãos do Costa fugitivo. Ele fazia o que queria, até encontrarem os 75000 no Palácio!

  3. Vitoria folgada diz o “Expresso/SIC” média de ideologia política de esquerda e extrema esquerda, decretada por um painel de comentadeiros de nada suspeitos.
    Parem de dar credibilidade a estes média e vejam apenas o debate, depressa entenderam a absurdidade da dita vitoria folgada. Uma Inês que sempre se juntou ao PS e aos amigos da extrema esquerda para rejeitar todas as propostas do. Chega vem agora vangloriar-se que o Chega nunca aprovou nenhuma. A Inês que quer mais impostos sobre os combustíveis para dar passes sociais gratuitos para todos, esquecendo-se que Portugal não é só Lisboa e Porto
    Sem ser nenhum profeta posso garantir que nas futuras analises feita por estes média, o Chega perderá sempre folgadamente.

  4. Ventura abateu a Inesita dos arranjinhos! Sem qualquer dúvida mostrou ao que ela vinha: tentar agarrar-se ao poder que lhe foge de vez!
    PAN condenado á irrelevância!

  5. O PAN foi bom para, entre outras coisas ser necessário ir ao veterinário, pagar uma consulta para obter desparasitante internos para os nossos queridos animais de estimação na farmácia… Ou deixar os pets morrerem, se os donos não forem abastados.
    Luta contra o consumo de carne… E o direito à vida dia vegetais e frutas? Das touradas… Se não existissem lá desaparecia o touro bravo!
    Dúvidas? Se ninguém comesse cenouras, alguém as plantaria? Claro que não, entravam em extinção…

  6. Pois pois, vi o comentário na integra e não foi isso que verifiquei, André Ventura ganhou com grande folga o debate com essa senhora, cujo seu partido vai desaparecer da Assembleia com um grande estalar de dedos esperemos por março e veremos. Também verifiquei a grande arrogância com que falava, já agora divulguem também a treta da polémica que houve aqui há algum tempo e que passo a transcrever” Líder do PAN oculta empresa e acumula ilegalmente negócio com Função Pública
    Líder do PAN oculta empresa e acumula ilegalmente negócio com Função Pública
    SÁBADO 18 de novembro de 2021

    Inês de Sousa Real nunca pediu autorização à Câmara de Sintra para exercer cargo em empresa de frutos vermelhos.

    Inês de Sousa Real acumulou funções nos setores público e privado de forma ilegal: entre 10 de dezembro de 2012 e 2 de setembro de 2013, a atual deputada e líder do PAN trabalhou na Câmara de Sintra, da qual é ainda funcionária, e foi gerente da Berry Dream, empresa da qual o marido é um dos sócios, sem ter pedido à autarquia autorização para exercer o cargo de gerência nessa sociedade. Questionada pelo CM, Inês de Sousa Real considera que não violou a lei.

  7. No dia que ouvir um desses comentadores a dar uma vitória ao Ventura num debate eu vou ficar incrédulo.
    Mas que falta de credibilidade e imparcialidade, uma coisa surreal. Mas eles pensam que as pessoas são todas burras??

  8. Lol. Talvez quem não viu o debate acredite. O único argumento do PAN durante todo o debate era de que o Chega não aprovou nenhuma medida. Claro que não. Não se vendeu ao PS como ela.

  9. Esses tristes comentadeiros ( também conhecidos por paineleiros) são uns infelizes… será que acreditam no que vomitam sistemáticamente?
    Bom com gente tão abstracta com capacidade analítica NULA, não adianta perder um minuto que chega com tais abéculas. O Ventura perde sempre, esquecem-se esses tristes que há muitos milhares de portugueses que votarão nele, independentemente dos pseudocomentârios desses lapardões …

  10. Acho bem e concordo que cada um jogue pelo seu clube, a diversidade é a riqueza da democracia… Mas acho feio e desonesto que jornalistas que tem por missão informar, em vez disso, têm análises dúbias e insinceras, como por exemplo Nuno Teixeira da Silva, aqui, em ZAP:AEIOU.PT. Como leitor assíduo, considero que o ZAP se pauta pelo rigor e verdade…. Tenho lido todos os comentários de Nuno Teixeira da Silva e perguntamo-nos: por quem corre este comentador?… pelo menos sabemos contra quem concorre!… Mais imparcialidade, mais bom senso, mais verdade… mais honestidade fica bem, em qualquer lugar!…

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