Índia ataca bases militares, Paquistão responde com mísseis. Teme-se guerra total

FAROOQ KHAN/EPA

Soldado paramilitar indiano monta guarda em Srinagar, na Caxemira indiana.

Locais temem guerra total na região disputada de Caxemira, onde já morreram 80 pessoas desde quarta-feira. “Muitas pessoas dizem que nunca testemunharam explosões tão grandes nas suas vidas”.

O Paquistão diz ter lançado mísseis aéreos contra a Índia, que atacou três das suas bases aéreas durante a madrugada deste sábado.

O exército paquistanês, que diz ter intercetado os drones indianos, lançou um ataque que teve como alvo várias posições indianas perto da fronteira, incluindo postos militares, e terá destruído duas bases aéreas.

O exército indiano não confirmou até ao momento este alegado ataque ao Paquistão, mas revelou que foram identificados vários drones durante a noite a sobrevoar a cidade de Amritsar, no Punjab indiano.

Pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas na noite passada, na disputada região de Caxemira, devido a bombardeamentos indianos, disseram as autoridades paquistanesas na Caxemira.

“Hoje demos uma resposta adequada à Índia e vingámos o sangue de inocentes“, afirmou o primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif.

“Esta operação que começámos hoje vai acabar de alguma forma. Tudo depende do que a Índia quer“, disse o vice-primeiro-ministro do Paquistão, Ishaq Dar, também ministro dos Negócios Estrangeiros, à Geo.tv, do Paquistão. Mas a Operación, demoninada Bunyanun Marsoos, vai “durar algum tempo”, garante.

O primeiro-ministro indiano, por sua vez, convocou os altos oficiais militares e de segurança, depois de o Paquistão atacar.

Locais temem guerra total

Passageiros e viajantes estão retidos, com todos os voos  suspensos. As escolas estão fechadas. A Al Jazeera, no local, relata que os locais sentem que se houver uma guerra total na região, quem vai sofrer são os cidadãos.

Em Srinagar, na Caxemira indiana, as explosões foram ouvidas quando as lojas e os negócios estavam a abrir. “Muitas pessoas dizem que nunca testemunharam explosões tão grandes nas suas vidas… As explosões de sábado foram mais altas e mais intensas do que as ouvidas na sexta-feira”, relata um jornalista à Al Jazeera: “temem não ter instalações de segurança, como bunkers, em caso de mais ataques”.

Guerra cada vez mais próxima desde quarta-feira

O Paquistão acusa a Índia de ter iniciado as hostilidades com o ataque aéreo lançado na quarta-feira. Nova Deli garante ter atacado infraestruturas terroristas em solo paquistanês, matando mais de 100 terroristas, enquanto Islamabade nega as afirmações e diz que foram atingidos civis.

A Índia diz que foi o Paquistão a desencadear a atual crise, acusando de ter ajudado o ataque terrorista de 22 de abril na Caxemira administrada pela Índia, no qual morreram 26 pessoas.

Após uma série de medidas, essencialmente diplomáticas, nos primeiros dias, o ataque indiano de quarta-feira conduziu a uma escalada das hostilidades entre os países vizinhos.

Desde então, as trocas de tiros e artilharia tornaram-se habituais ao longo da fronteira de facto entre os dois países na região disputada de Caxemira, enquanto por via aérea também se trava uma batalha de mísseis e ‘drones’.

Pelo menos 80 pessoas morreram desde o início do conflito. A Índia registou 49 mortes, incluindo os 26 turistas indianos que perderam a vida no ataque terrorista.

Do lado paquistanês, o número de mortos é de 33, com mais 62 feridos, incluindo 14 soldados.

ZAP // Lusa

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