Incêndio em Ribeira de Pena: “Os javalis não fumam”

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Paulo Cunha / LUSA

Incêndio em Freixianda, Ourém

Autarcas lamentam perdas e pedem ferramentas para intervir mais rapidamente em propriedades privadas. António Costa deixou apelo nacional.

“As pessoas não pensem que é por haver licença de meios aéreos que não há incêndios. Só não há incêndios se a mãozinha humana não provocar incêndios”.

António Costa esteve em Coimbra na manhã desta segunda-feira, para acompanhar no terreno as operações de combate aos incêndios.

O primeiro-ministro deixou um apelo de responsabilidade colectiva nacional: “Portanto, aquilo que temos de fazer, aquilo que cada um de nós pode fazer, é mesmo evitar o incêndio, ter o cuidado necessário, como tivemos durante a pandemia, para não transmitirmos o vírus uns aos outros”.

A nível local, diversos concelhos foram particularmente afectados por fogos, ao longo dos últimos dias.

Em Alvaiázere ardeu muita floresta, arderam alguns barracões e anexos, e ainda três habitações, duas delas primeira habitação, enumerou na Antena 1 o presidente da Câmara Municipal local, João Paulo Guerreiro.

Ourém foi “castigada” com 1.000 hectares queimados. O presidente Luís Miguel Albuquerque estabelece como prioridade entrar mais rapidamente em propriedades privadas.

“Vai ser preciso que continuemos a trabalhar, juntamente com o Governo, para termos ferramentas para intervir mais rapidamente em terrenos privados. Por vezes temos dificuldades em entrar em terrenos privados e limpar com maior rapidez”, declarou o autarca.

Já em Ribeira de Pena, ardeu parte da maior zona de pinheiro-bravo da Península Ibérica: 63 hectares arderam em Ribeira de Pena e 200 hectares em Boticas.

João Noronha, presidente da Câmara de Municipal de Ribeira de Pena, não esconde a possibilidade de crime: “A explicação é fácil: os javalis não fumam cigarros. As entidades competentes irão averiguar nesse sentido, mas acho que sim, que houve mão criminosa”.

ZAP //

7 Comments

  1. Face ao que vem sendo o panorama dos últimos anos podemos concluir que os fogos em Portugal estão mesmo institucionalizados como uma prática empresarial com a cumplicidade do governo e da justiça. Eu presumo mesmo que os manuais dos cursos de gestão já incluirão também uma disciplina chamada “Fogo” com teoria e prática e estágio incluído
    O negócio da madeira vai de vento em popa proporcional ao negócio imobiliário onde disponibilizar madeira a bom preço é fundamental desde os finais de 2010 data esta em que Portugal passou a estar nos roteiros internacionais da especulação imobiliária.
    No final de contas quem paga as favas é o maluquinho lá da terra a quem os empresários da madeira pagam umas notas para ser feito o serviço.

    • Mais um alienado que não faz puto ideia do que está a falar. Já reparou que quase todos os incendiários que são apanhados são tolinhos da cabeça?!! Sabia que em Portugal há falta de madeira?!!! Olhe, deixe-se de tonterias. Fala do que desconhece por completo.

      • Será que está ? Ou como diz o povo na sua imensa sabedoria o pior cego não é o que não vê é o que não quer ver .
        Durante muito tempo eram os rsíduos e vidros que com o imenso calor e os matos altos provocavam os incêndios !!!
        Depois eram as queimadas que se faziam para regenerar os pastos !
        Depois era a falta de limpeza.
        Agora é a falta de cadastro e o comportamento negligente das pessoas.
        Alguém acredita que é o acaso que provoca um incêndio a cada 10 minutos como ontem aconteceu ?
        Desculpe que lhe diga, mas a causa tem dois nomes : interesses e incompetência …

    • Subscrevo integralmente. Só há uma solução, deixar arder, os da terra que paguem, ou então que sejam mais vigilantes. Onde é que já se viu!, incendeia-se para ter madeira a baixo custo, incendeia-se para ter casa nova etc, etc.. Estes canalhas tem que ser presos e por tempo indeterminado..

      • Concordo com cada palavra qye disse. Os da terra choram as casas e terrenos mas tambem pouco ou nada fazem para se protegerem ou vigiarem as suas matas. O futuro é um portugal alentejano onde ja nao existem arvores mas muito mato raso. Os jovens nao querem saber, querem é festivais e praias no verao e no inverno im shopping onde comprar o smartphone topo de gama ou aquelas calças de marca que tanto ambicionam. A mata, essa deixa arder, nao ha la shoppings e a roupa e os festivais nao sao de la… um dia mais tarde vao pagar a fatura bem cara, talvez nessa altura se começem a preocupar a serio.

  2. Coitados dos bombeiros que, no fim de todo o sacrificio que fazem se o combate não correr bem e houver vitimas ainda terão que se sentar no banco dos réus!!! Como é possível alguém sem responsabilidade ser condenado pela inoperância e incapacidade dos governos de organizarem o seu ínfimo território? Deixaram os proprietários encher de resinosas os seus terrenos, esquecendo as arvores folhosas que os protegiam, e nem sequer falam em centrais de biomassa para o aproveitamento de todos os residuos das florestas responsáveis por alimentarem estes fogos incontroláveis e depois sacodem a água do capote e culpam os mais fracos!!!! Alguns dos quais ficaram incapacitados, como foi o caso do bombeiro de Castanheira de Pera a quem nem sequer foi garantido um subsidio que lhe permitisse viver com dignidade com a família! Um comandante dos bombeiros sentado no banco dos réus? Isto é de bradar aos céus!!!

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