Inapa vai declarar insolvência. Parpública não tapa buraco de 12 milhões

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A Inapa, líder em Portugal na distribuição de papel e embalagens, vai declarar insolvência “nos próximos dias”, comunicou este domingo o grupo empresarial à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

A insolvência da Inapa – Investimentos, Participações e Gestão (Inapa IPG) é justificada na comunicação à CMVM com a insolvência, a apresentar esta segunda-feira, da subsidiária alemã Inapa Deutschland.

Segundo o comunicado enviado pela Inapa IPG à CMVM, esta insolvência é devida a “uma carência de tesouraria de curto prazo” no montante de 12 milhões de euros, para a qual não foi encontrada “solução de financiamento no prazo estabelecido de acordo com a lei alemã”.

Face aos “impactos imediatos que a apresentação à insolvência da Inapa Deutschland terá na Inapa IPG, o Conselho de Administração da Inapa IPG reuniu e analisou a sua situação financeira, tendo concluído pela consequente e iminente insolvência da Inapa IPG”.

O CA decidiu assim “apresentar a Inapa IPG à insolvência nos termos da lei portuguesa, o que será formalizado nos próximos dias”, refere o grupo empresarial.

A Inapa IPG alega que “a administração envidou todos os esforços atempadamente” junto de credores e acionistas, em particular do maior acionista, a Parpública – Participações Públicas, para evitar a insolvência da subsidiária alemã.

Fundado em 1965, o grupo Inapa tem quase 1.500 trabalhadores e opera em 10 países. Com um volume de negócios anual de 969 milhões de euros, é o principal distribuidor de papel na Europa Ocidental, e a única empresa portuguesa a Europa com presença internacional no setor, e única cotada na Bolsa de Valores de Lisboa.

Os principais acionistas são a Parpública, com 44,89%, a Nova Expressão, com 10%, e o Novo Banco, que detém 6,55%.

Segundo o Eco, a Inapa IPG pediu uma injeção de urgência ao maior acionista, a Parpública, no valor de 12 milhões de euros, sem os quais “iria pedir insolvência nos próximos dias”, e deu a indicação ao acionista de que teria de haver uma decisão até ao final desta segunda-feira, sob pena de a subsidiária alemã entrar em insolvência.

Nesta injeção de tesouraria de um total de 12 milhões de euros, apurou o Eco, cerca de nove milhões caberiam ao acionista público, e os restantes ao Novobanco e Nova Expressão na proporção das suas participações.

A Parpública é uma sociedade de capitais exclusivamente públicos, criada no final de 2000 com a missão de constituir um instrumento do Estado no âmbito da gestão de ativos mobiliários e imobiliários.

A CMVM determinou entretanto esta segunda-feira a suspensão da negociação das ações da Inapa IPG.

Em comunicado publicado na página da CMVM, a empresa comunica que o presidente do Conselho de Administração, que é simultaneamente presidente da Comissão Executiva, Frederico João de Moser Lupi, apresentou a renúncia ao seu mandato ao presidente da Comissão de Auditoria.

Vários vogais do Conselho de Administração apresentaram também a sua renúncia.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Com um volume de negócios anual de 969 milhões de euros e com uma falta de liquidez de 12 milhões de euros, deviam os vários Conselhos de Administração serem responsabilizados e os auditores, porque 12 milhões não se criam de um dia para o outro.

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