Impressora feita de Legos produz pele humana

No Reino Unido, investigadores da Cardiff University criaram a primeira impressora 3D, construída com peças de Lego — os icónicos blocos montáveis, amados por crianças —, capaz de produzir pele humana.

Bem-sucedida, a experiência possibilitou o desenvolvimento de uma máquina do tipo muito mais barata que as versões “profissionais” disponíveis no mercado. O atual modelo custa cerca de 500 libras para ser construído e o código é open source para a replicação noutros laboratórios pelo mundo.

No artigo sobre a impressora 3D de Lego, publicado na revista Advanced Materials, os cientistas explicam que “a abordagem apresentada não é apenas uma ferramenta de laboratório facilmente acessível para bioimpressão, mas também oferece um sistema de aprendizagem para construção mecânica, robótica, codificação, microfluídica e biologia celular”.

Basicamente, a impressora 3D tem como base interfaces programáveis ​​para controlo e peças de Lego. Para além da questão de serem relativamente baratos, os blocos montáveis são produzidos com altíssima precisão (padronizados), ou seja, a receita da construção funciona da mesma forma no Reino Unido e em Portugal.

Segundo os autores — que realizaram testes práticos com o equipamento —, a bioimpressora alcança o nível de precisão necessário para produzir material biológico sensível, como os tecidos de pele humana, construídos camada por camada.

Inclusive, diferentes pontas de Lego podem ser usadas para criar outros tipos de células. Por exemplo, é possível fazer simulações envolvendo uma pele saudável, uma doente ou ainda uma mista (com células boas e danificadas).

As três possibilidades são importantes nos estudos científicos, nos quais será possível acompanhar os efeitos dos medicamentos ou de produtos químicos em contextos diversos.

“Num momento no qual o financiamento de investigação é tão limitado, estamos a oferecer uma alternativa de open source e acessível a um equipamento vital que está além dos orçamentos da maioria dos investigadores”, afirmam os autores Sion Coulman, Chris Thomas e Oliver Castell, num artigo publicado no The Conversation.

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