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Há choque, mas todos ganham: porque hoje é mais importante assinalar o Dia dos Avós

Ausência, estímulos, cognição. Psicóloga Carolina Loureiro fala numa data que hoje em dia ganhou uma “importância especial”.

Esta sexta-feira, 26 de Julho, assinala-se o Dia dos Avós em alguns países, como Portugal, Espanha ou Brasil.

A data tem justificação na Bíblia: os pais de Maria (avós de Jesus), Ana e Joaquim, são homenageados a 26 de Julho, numa data definida já no século passado pelo Papa Paulo VI.

A psicóloga clínica Carolina Loureiro acha que esta data é muito importante. “Sempre foi, mas hoje em dia ganhou uma importância especial“.

“Os avós sempre foram cuidadores e funcionaram como rede familiar de apoio ao percurso profissional dos pais. E nesta altura, em que quase todos os pais têm dificuldade em conciliar as suas férias no trabalho com as férias dos filhos, os avós ganham importância muito grande na gestão do dia-a-dia“, analisou na TSF.

No convívio com os netos, os avós “ganham imenso” porque esse convívio surge muitas vezes numa fase de reforma e perante a ausência de projectos de vida. Nos avós “desaparece o sentimento de utilidade, de terem um papel na sociedade”.

Até que aparecem os mais novos e volta-se a “criar um sentimento de pertença à família, de participação, de importância, de continuidade de valores da família, que é muito importante”.

Em termos cognitivos, reforça a psicóloga, no capítulo do estímulo social o melhor é a interacção com os outros.

Carolina não esconde que há o famoso choque entre gerações: “Em termos sociais, educacionais e pedagógicos, tudo mudou muito. Há uma dificuldade de entendimento entre os estilos de vida, um sentimento de alheamento e falta de entendimento por parte dos mais velhos – em relação aos netos, mas por vezes também em relação aos filhos”.

Mas “todos temos a ganhar”. Porque os netos também ganham ao se aproximarem dos avós: “Têm acesso a uma cadeia de valores, até em termos culturais, de auto-regulação emocional – hoje em dia os miúdos são muito estimulados a passarem muito tempo dentro de casa, a passarem mais tempo do que o desejado em frente aos ecrãs, são actividades muito solitárias, pouco estimulantes do ponto de vista da relação emocional, muitas vezes até perigosas”.

ZAP //

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