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Da epilepsia à artrite. Implantes cerebrais são solução e estão mais perto do que pensa

Picostim

Os recentes avanços na tecnologia de implantes cerebrais estão a abrir novas possibilidades de tratamento de uma série de doenças, desde a epilepsia à artrite e até à incontinência.

Um adolescente britânico, Oran Knowlson, tornou-se a primeira pessoa no mundo a testar um novo implante cerebral concebido para tratar a epilepsia grave, com um sucesso estrondoso. As suas crises diurnas foram reduzidas em 80%.

Oran, que sofre da síndrome de Lennox-Gastaut, foi implantado com um neuroestimulador chamado Picostim, que tem aproximadamente o tamanho de uma bateria de telemóvel. O dispositivo, colocado debaixo do crânio, envia sinais elétricos contínuos para o cérebro, com o objetivo de bloquear os impulsos anormais que desencadeiam as convulsões.

O implante não só reduz as convulsões, como também melhora o estado de alerta do bebé, segundo Martin Tisdall, o neurocirurgião pediátrico que realizou a cirurgia.

O implante Picostim faz parte de um movimento mais amplo de desenvolvimento de implantes neurais para tratar várias doenças. Estes dispositivos monitorizam a atividade cerebral e regulam-na ativamente, oferecendo uma nova esperança aos doentes com dor crónica, doença de Parkinson, artrite reumatoide e até incontinência.

A tecnologia ainda está na sua fase inicial, mas o potencial é enorme, escreve o The Guardian. O implante Picostim está a ser testado num programa piloto que envolve mais crianças com síndrome de Lennox-Gastaut. Se for bem sucedido, o objetivo é disponibilizar o tratamento através do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido nos próximos anos.

A Amber Therapeutics, a empresa por detrás do Picostim, não é a única neste domínio. Outras empresas, como a NeuroPace, desenvolveram dispositivos semelhantes para o tratamento da epilepsia. No entanto, o implante da Amber é único pelo facto de ser recarregável, reduzindo a necessidade de cirurgias repetidas. Além disso, a Amber está a explorar a utilização da sua tecnologia para outras doenças, incluindo a doença de Parkinson e a dor crónica.

Empresas como a Inbrain Neuroelectronics, sediada em Barcelona, estão a trabalhar na utilização do grafeno – um material conhecido pela sua resistência e condutividade – em implantes cerebrais. Estes implantes podem estimular e monitorizar com precisão a atividade neural, revolucionando potencialmente o tratamento do cancro do cérebro e de outras doenças neurológicas.

Prevê-se que o mercado destes dispositivos bioeletrónicos cresça significativamente nos próximos anos. À medida que estas tecnologias avançam, poderão oferecer novas opções de tratamento a milhões de pessoas em todo o mundo.

ZAP //

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