Ameaças do Hamas, que alegou “desrespeito pelo acordo por parte de Israel”, geraram tensão horas antes da troca de reféns. Trégua pode ser prolongada por mais um dia por cada 10 reféns libertados, disse Israel.
O grupo de reféns da segunda troca do Hamas libertado este domingo chegou a Israel e está a ser levado para hospitais para depois se reunir com as famílias, segundo o exército israelita.
Esta segunda troca de reféns ao abrigo do acordo de cessar-fogo envolveu a libertação de 13 israelitas, mais quatro estrangeiros, e 39 prisioneiros palestinianos.
De acordo com o exército israelita, os reféns libertados, incluindo quatro tailandeses, foram transferidos para Israel, estavam a ser levados para hospitais para observação, e para se reunirem com as suas famílias.
Os reféns israelitas libertados este domingo pelo Hamas incluíam sete crianças e seis mulheres, indicou o gabinete do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
A maioria dos reféns libertados era do Kibbutz Be’eri, uma comunidade que os militantes do Hamas devastaram durante o ataque transfronteiriço de 07 de outubro, disse um porta-voz do kibbutz, indicando que as crianças tinham idades compreendidas entre os três e os 16 anos, e as mulheres entre os 18 e os 67 anos.
Hamas recusou troca até obter “respeito” de Israel
Esta segunda troca de prisioneiros sofreu um atraso de última hora devido ao impasse gerado depois de críticas do Hamas, alegando que as entregas de ajuda permitidas por Israel estavam aquém do prometido, e que não chegavam em quantidade suficiente ao norte de Gaza, o foco da ofensiva terrestre de Israel e a principal zona de combate.
O braço militar do Hamas anunciou hoje que iria adiar a libertação planeada para este domingo até que Israel “respeitasse o acordo” em vigor desde sexta-feira.
Segundo noticiou a agência noticiosa francesa AFP, as brigadas Ezzedine al-Qassam exigiram em comunicado “a entrada de camiões de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza” e o respeito pelos “critérios de seleção” para a libertação dos prisioneiros palestinianos.
O Hamas também afirmou que não foram libertados prisioneiros veteranos em número suficiente na primeira troca efetuada na sexta-feira, mas o Egito, o Qatar e o próprio Hamas acabaram por afirmar mais tarde que os obstáculos tinham sido ultrapassados.
No primeiro dia do cessar-fogo, o Hamas libertou 24 dos cerca de 240 reféns feitos durante o ataque de 07 de outubro contra Israel, que desencadeou a guerra, e Israel libertou 39 palestinianos da prisão. Os libertados em Gaza foram 13 israelitas, 10 tailandeses e um filipino.
No total, o Hamas deverá libertar pelo menos 50 reféns israelitas e Israel 150 prisioneiros palestinianos durante os quatro dias de trégua, todos mulheres e menores.
Israel já afirmou que a trégua pode ser prolongada por mais um dia por cada 10 reféns libertados.
Vídeo do Hamas acende debates
O Hamas partilhou um vídeo da entrega de reféns que aconteceu na noite passada, onde é possível ver os mesmos a acenar, sorrir e conversar com os membros do grupo terrorista.
Hamas hostages released.
Why are they smiling and shaking Hamas members hands?🤔 pic.twitter.com/ZZnS94kBRm
— Dr. Anastasia Maria Loupis (@DrLoupis) November 26, 2023
A animosidade dos reféns entre os seus raptores foi interpretada como inesperada por muitos internautas, que se apressaram a questionar a legitimidade de Israel.
Outros pedem que se tenha em consideração que o Hamas ainda tem membros da família dos reféns agora libertados em cativeiro, e que os membros do grupo terrorista presentes na troca podem ser ouvidos a dizer aos reféns para “continuarem a acenar” como forma de ameaça.
ZAP // Lusa
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