Uma equipa de cientistas descobriu excesso de platina em material sedimentar extraído de depósitos de turfa localizados em Wonderkrater, Limpopo, na África do Sul, revelou uma nova investigação.
De acordo com um novo estudo, cujos resultados foram no início do mês de outubro publicados na revista científica especializada Palaeontologia Africana, a presença deste elemento prova que a Terra sofreu um “impacto cósmico” há 12.800 anos.
Esta descoberta está em linha com a teoria que sustenta que o cometa Clovis impactou a Terra há quase 13 milénios, tendo este acontecimento dado início a uma fase de arrefecimento no final do Pleistoceno, entre 12.800 a 11.500 anos atrás.
Este impacto cósmico – que pode também ter sido causado por um asteróide ou outro qualquer objeto celeste – terá, segundo os cientistas, causado a extinção de muitas espécies de animais. O novo artigo refere mesmo “consequências a nível global”, destruição em massa e mudanças climáticas.
A platina analisada está, por norma, presente nos meteoritos e corresponderia ao período de tempo acima apontado. Por isso, a equipa de cientistas liderada por Francis Thackeray afirma que o impacto de “um objeto desintegrado suficientemente grande” poderia espalhar este elemento químico por todo o mundo.
Restos semelhantes foram já encontrados na América, Europa e Médio Oriente, mas esta é a primeira vez que há evidências deste evento na África.
“A nossa descoberta, pelo menos em parte, apoia a altamente controversa Hipótese de Impacto de Dryas Mais Jovens (YDIH)”, explicou o professor Francis Thackeray, da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, citado em comunicado.
“Precisamos explorar seriamente a visão de que um impacto de um asteróide em algum lugar da Terra pode ter causado mudanças climáticas à escala global e contribuído em certa medida para o processo de extinção de animais de grande porte no final do Pleistoceno, após a última era glacial”, defendeu.
Por sua vez, o geólogo norte-americano Allen West destaca a importância desta investigação, uma vez que esta aponta para “teve efeitos globais”. Outros cientistas há que discordam desta hipóteses, argumentando que há uma “discrepância” de dadas entre os diferentes locais já analisados.