Trump prometeu, o Judicial cumpriu (muito antes das eleições). Juiz federal anulou uma política da administração Biden que impedia que famílias fossem separadas.
Estima-se que cerca de meio milhão de cônjuges de cidadãos norte-americanos nascidos no estrangeiro possam beneficiar da iniciativa da administração Biden, anunciada em junho sob o lema “Keeping Families Together” (“Mantendo as Famílias Unidas”), que abriu candidaturas a 19 de agosto, conta o The Guardian.
Apenas uma semana depois, o juiz distrital do Texas, Campbell Barker, suspendeu o programa.
Como escreve o jornal britânico, seria pouco provável que a iniciativa de curta duração se mantivesse em vigor após a tomada de posse de Trump, em janeiro, que tem repetido que planeia uma deportação massiva de imigrantes.
O novo presidente chegou mesmo a afirmar que os imigrantes estavam a “envenenar o sangue” da nação. Mas o fim antecipado da medida “cria uma maior incerteza para as famílias de imigrantes”, escreve o The Guardian.
Barker suspendeu a iniciativa em agosto depois de o Texas e 15 outros Estados, liderados por procuradores-gerais republicanos, terem apresentado uma ação judicial que acusava o poder executivo de contornar o Congresso para ajudar famílias imigrantes com “objetivos políticos flagrantes”.
O argumento dos republicanos era que a iniciativa cria custos para os estados e pode atrair outros imigrantes para o país. Os não-cidadãos americanos casados com cidadão são já elegíveis para obter a cidadania, mas esse processo pode levar anos.
Enquanto isso, o ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Juan Ramon de la Fuente, continua a admitir, numa conferência de imprensa esta sexta-feira, que as medidas mexicanas que querem impedir que os imigrantes cheguem à fronteira a norte com os Estados Unidos estão “a funcionar bem e o México vai continuar neste caminho”.
O ministro mexicano explicou ainda que o número de migrantes detidos pelas autoridades norte-americanas na fronteira diminuiu 76% desde dezembro do ano passado.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse na mesma conferência, citada pelo The Guardian, que falou já com Trump ao telefone: “Ele levantou a questão da fronteira, e disse-o apenas, e eu disse-lhe: ‘Sim, há a questão da fronteira, mas haverá espaço para falar sobre isso‘”, disse a presidente, que garantiu que a conversa foi “muito cordial”.
De recordar é que o México depende economicamente dos EUA (destino de cerca de 80% das suas exportações) e que Trump ameaçou aplicar tarifas de 25% a todas as exportações mexicanas, a menos que o seu governo impedisse os migrantes e a droga de atravessar a fronteira.