Imagens de satélite divulgadas esta quarta-feira mostram atividades na instalação nuclear iraniana de Natanz, um dia depois de inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica confirmarem que o Irão iniciou a construção de uma central subterrânea de centrifugadoras nucleares.
Após a explosão em julho na central nuclear de Natanz, o Irão disse que iria construir uma nova estrutura, mais segura, nas montanhas da zona, mas imagens de satélite de Natanz analisadas por especialistas ainda não tinham mostrado sinais óbvios de construção no local, na província de Isfahan, noticiou a agência Lusa.
Desde agosto, o Irão construiu uma estrada nova ao sul de Natanz, em direção ao que os analistas acreditam ser um antigo campo de tiro para as forças de segurança nas instalações de enriquecimento, segundo imagens de satélite da empresa norte-americana Planet Labs.
Uma imagem de satélite de segunda-feira mostra o local vazio, com o que parece ser equipamento de construção.
Especialistas do James Martin Center for Nonproliferation Studies, que integra o Instituto Middlebury de Estudos Internacionais em Monterey, na Califórnia, dizem acreditar que o local está a ser escavado.
“Essa estrada também vai para as montanhas, por isso pode ser o facto de estarem a escavar algum tipo de estrutura que vai estar à frente e que vai haver um túnel nas montanhas”, disse Jeffrey Lewis, um perito do instituto norte-americano que estuda o programa nuclear do Irão.
Ali Akbar Salehi, chefe da Organização da Energia Atómica do Irão, disse, no mês passado, à televisão estatal, que as instalações destruídas acima do solo estavam a ser substituídas por uma “no coração das montanhas, em torno de Natanz”.
O director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, disse na terça-feira à agência Associated Press que os seus inspetores estavam a par da construção, acrescentando que o Irão os tinha informado previamente, continuando estes a ter acesso às instalações do Irão.
“Isto significa que eles começaram, mas não está concluído. É um processo longo”, acrescentou Grossi.
// Lusa