Um satélite dos Estados Unidos fotografou o que os astrónomos descreveram, simplesmente, como o “arroto” de um buraco negro.
O Swift, controlado pela Agência Espacial Americana (NASA), detetou uma erupção de raios-X emitida por um buraco negro batizado de V404 Cygni.
Localizado na constelação de Cisne, a oito mil anos-luz da terra, o corpo celeste já tinha “arrotado” antes, mas a última vez tinha sido em 1989.
“Esse tipo de erupção é bastante raro. Quando detetamos um, usamos tudo o que temos para monitorizar as suas emissões, dos sinais de rádio aos raios gama“, explica Neil Gehrels, astrónomo da NASA.
“No momento, V404 Cygni está a mostrar uma variação excecional nas emissões e oferece uma rara oportunidade de observarmos o fenómeno”, explica.
O Swift não é um satélite comum: tem a capacidade de girar rapidamente para observar as emissões de raios gama, que normalmente duram menos de um minuto, assim como outras rajadas energéticas, incluindo os raios-X, descreve a BBC.
As emissões deste tipo são brilhantes, mas atingem o pico de intensidade em apenas alguns dias, e ocorrem quando os gases são atraídos pela gravidade dos buracos negros – apesar do nome, trata-se de estrelas contraídas e cujo pulso gravitacional é tão forte que é capaz de atrair até mesmo a luz.
Os buracos negros são extremamente difíceis de serem observados e a sua localização é normalmente “denunciada” pelo movimento dos corpos celestes próximos.
Por isso mesmo, a oportunidade apresentada pelo V404 Cygni foi preciosa – ainda mais porque, segundo a NASA, o buraco negro voltou a “dormir”.
ZAP / BBC