A Associação Amigos da Grande Idade quer um debate “sem constrangimentos e sem receios do politicamente correto” sobre a proibição das visitas aos lares de idosos, visto que muitos desses acham que foram abandonados pelos familiares.
De acordo com o Público, num texto que foi enviado esta semana para os grupos parlamentares e o Governo, a associação referiu que a manutenção desta regra “de forma dura e inflexível” está a provocar “angústia, sofrimento, e ansiedade”.
“Temos idosos deprimidos. São fortemente penalizados pela ausência de visitas, não percebem o que está a acontecer. Acham que foram abandonados pelos filhos, pelos netos, pelos familiares”, indicou Rui Fontes, presidente da associação.
“Queremos assumir com naturalidade que não podemos continuar a justificar aos nossos residentes, diariamente, que não podem ver os filhos e os netos porque há uma grande infeção no país. Estamos a falar de pessoas entre os 80 e 100 anos, muitas delas com as suas capacidades cognitivas deterioradas que não nos entendem”, notaram os dirigentes.
Estes dirigentes, que entendem a necessidade das “contenções” para evitar contágios nesta população de grande risco, lembraram que as previsões “mais otimistas” de um “regresso à normalidade” nestes locais apontam para “o Verão de 2021”.
Rui Fontes acrescentou que nem as alternativas, como as videochamadas, chegam para atenuar o “sofrimento” de muitos idosos.
“Devia ser ponderada a possibilidade de abrir a porta [dos lares], pelo menos uma vez por semana, a um familiar desde que este esteja equipado com máscara, luvas. Seria tranquilizador”, apontou. “Se os fornecedores, os trabalhadores e as autoridades vão aos lares porque não podem ir os familiares”, questionou ainda.
Coronavírus / Covid-19
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