Os húngaros descobriram o “turismo do combustível”, como lhe chamam, uma prática já há muito realizada pelos portugueses, que atravessam a fronteira e vão a Espanha abastecer.
Segundo avançou a Euronews, os húngaros que vão aos países vizinhos atestar o carro, como é o caso da Eslováquia, conseguem poupar cerca de 8000 florins (mais de 20 euros). A maioria refere que a viagem compensa, ainda mais quando é também para fazer compras.
De acordo com o mesmo canal, em poucas horas, dezenas de carros húngaros atravessaram o Danúbio e entraram numa estação de serviço eslovaca, em Párkány, a primeira cidade após a fronteira, aproveitando para fazer compras. A inflação na Eslováquia está em 15,4% e na Hungria em 24,5%.
Um dos húngaros entrevistados pelo canal referiu que se trata de uma espécie de volta ao passado, porque quando a ponte que liga Esztergom a Párkény foi construída a gasolina também era mais barata na Eslováquia. Agora, também “a cerveja e o queijo custam menos” nesse país.
Outro húngaro relatou, também ao Euronews, que decidiu incluir o abastecimento do carro, almoço e compras numa viagem de negócios a Párkány. Admitiu, contudo, que ficou dececionado – a diferença do preço por litro de gasóleo é de “apenas 10 cêntimos”.
Já em Kubekháza, uma vila no sul da Hungria, o município organiza viagens de carrinha para os habitante irem às compras na Roménia. Segundo o autarca local, não se pode “desperdiçar dinheiro como faz o governo”.
O governo húngaro, continuou a publicação, justifica a inflação descontrolada com as sanções da União Europeia contra a Rússia, mas não consegue explicar como é que os combustíveis e muitos outros produtos são mais baratos em vários países vizinhos, como a Eslováquia, a Roménia e a Croácia.