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A Humanidade é fruto não só de uma, mas de pelo menos quatro linhagens ancestrais

Véronique Pagnier / Wikimedia

Homo sapiens da Idade do Metal, reconstituição

Novas análises de ADN sugerem que a Humanidade é fruto não só de uma, mas de pelo menos quatro linhagens ancestrais que viveram em África há cerca de 200.000 a 300.00 anos, revelou um novo estudo.

A conclusão é de uma equipa internacional de cientistas que conseguiu reconstruir na totalidade o genoma de quatro crianças enterradas há cerca de 8.000 e 3.000 anos no sítio arqueológico de Shum Laka, nos Camarões, conta o jornal espanhol ABC.

A nova investigação, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica Nature, refuta um outro estudo recente que fixou as origens da Humanidade num só lugar do “continente-mãe”. Na verdade, escreveram os cientistas no novo estudo, o Homem moderno é resultado de grupos muito diferentes e geograficamente separados.

A investigação foi liderada pelo geneticista David Reich da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, contando também com a colaboração internacional dos cientistas Fox e Íñigo Olalde, do Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona, em Espanha.

“A nosso estudo indica que existiram pelo menos quatro linhagens humanas profundas que contribuíram para as populações de hoje e que divergiram há cerca de 250 mil ou 200 mil anos”, explicou David Reich, citado pela agência espanhola EFE.

As quatro linhagens localizam-se no sul, leste e centro de África, havendo ainda uma quarta, que os cientistas apelidaram como “linhagem fantasma”, uma vez que não há nenhuma amostra antiga ou atual que seja 100% deste substrato. “Esta população já desapareceu, mas deixou a sua marca na espécie humana”, disse Lalueza Fox.

Estes resultados “destacam como é que a paisagem humana na África de há alguns milhares de anos era profundamente diferente do que é atualmente, enfatizando o poder do antigo ADN para revelar o passado humano por detrás dos movimento populacionais”, concluiu David Reich.

ZAP //

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