“Hulk” dos exoplanetas é uma das maiores “super-Terras” descobertas até agora (e terá oceanos de magma)

NASA/JPL-Caltech

Impressão artística do exoplaneta TOI-1075b

O exoplaneta aparenta ser rochoso, mas muito mais denso e com um raio maior do que outros exoplanetas rochosos encontrados até agora.

Um novo exoplaneta chamado TOI-107b foi descoberto pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA e é uma das maiores super-Terras descobertas até agora.

As super-Terras são planetas com uma massa maior do que a da Terra mas substancialmente menor do que os gigantes gasosos de gelo Urano e Neptuno. A descoberta foi relatada num estudo que já foi aprovado para publicação no The Astronomical Journal.

Este planeta está a apenas 200 anos-luz da Terra e tem um raio 1,8 vezes maior do que o do nosso planeta. A sua superfície é escaldante, com uma temperatura a rondar os 1050 graus. Isto deve-se à grande promixidade à sua estrela.

A descoberta é notável por vir preencher uma lacuna nesta categoria de exoplanetas. Já foram encontradas muitas pequenas super-Terras rochosas e muitos gigantes gasosos, conhecidos como super-Neptunos, mas continuamos por descobrir um número significativo de exoplanetas grandes e rochosos.

Desde 2017 que esta escassez de planetas com um raio entre 1,5 e 2 vezes o da Terra intriga os cientistas, relata o Science Alert.

É aqui que o TOI-1075b entra em cena, já que tem uma massa 9,95 vezes maior do que a da Terra, sendo um autêntico “Hulk” entre os exoplanetas. É também muito robusto e denso para ser um planeta gasoso, o que indica que é um planeta rochoso, como Mercúrio, Vénus, a Terra e Marte.

Há muitas explicações possíveis para esta lacuna, uma delas indica que parece que abaixo de um certo tamanho, um exoplaneta simplesmente não tem massa suficiente para reter uma atmosfera perante a radiação evaporadora emitida pela sua estrela. Segundo esta lógica, os exoplanetas nesta lacuna devem ter uma atmosfera composta maioritariamente por hidrogénio e hélio.

Os dados do TESS permitiram aos cientistas calcular a densidade do TOI-1075b, que é de 9,32 gramas por centímetro cúbico, quase o dobro da densidade de 5,51 da Terra. A sua atmosfera também é interessante, já que os sinais recolhidos contrariam a hipótese de ser dominada por hidrogénio e hélio.

Os cientistas especulam que o planeta ou nem sequer terá atmosfera ou então terá uma composta por vapores de metal e silicato. Dada a sua temperatura tão quente, é até possível que as rochas da sua superfície derretam e que o TOI-1075b seja um enorme oceano de magma com uma atmosfera de rochas vaporizadas.

As boas notícias é que temos agora o telescópio espacial James Webb, que tem sido muito eficaz no seu trabalho de detective e revelado informações muito importantes sobre a atmosfera de exoplanetas. Talvez o TOI-1075b seja o seu próximo alvo.

Adriana Peixoto, ZAP //

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