Houve “outras trocas de cadáveres” no Centro Hospitalar do Algarve

O corpo que foi cremado por engano na sequência de uma troca de cadáveres na morgue do Hospital de Faro, em novembro de 2022, não foi caso isolado.

A Entidade Reguladora de Saúde (ERS) teve conhecimento da “existência de outras trocas de cadáveres” no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve.

Depois da troca na identificação de dois doentes falecidos no Hospital de Faro, no dia 03 de novembro do ano passado — que levou a que um dos corpos tenha sido “indevidamente recolhido pela agência funerária para cremação, a qual se veio a concretizar contra a vontade da respetiva família” —, a reguladora admite ao Jornal de Notícias ter conhecimento de outras ocorrências da mesma natureza, não avançando, no entanto, o número de casos nem detalhes sobre os mesmos.

O MP, “tendo recebido do Centro Hospitalar Universitário do Algarve [CHUA] documentação relacionada com a matéria, determinou a instauração de inquérito” na sequência do caso que remete a 2022, polémica que levou à colocação do lugar à disposição por parte do conselho de administração da unidade hospitalar.

O caso levou também a ERS a abrir um processo de avaliação às circunstâncias em que ocorreu a troca de cadáveres.

A administração do CHUA disse que o procedimento de confirmação e verificação da identidade dos falecidos naquele hospital “obedece a várias normas de segurança, bem definidas na instituição, pretendendo o inquérito apurar os factos que estiveram na origem do erro e implementar alterações que se afigurem como necessárias”.

A direção do hospital adiantou, na altura, que contactou as famílias, “lamentando profundamente o sucedido e tendo disponibilizado todo o apoio e suporte psicológico necessários”.

Agora, a ERS adverte que se cumpra, “de forma permanente e efetiva, os procedimentos post mortem em vigor” e diz ser necessário “garantir a adequada formação de todos os colaboradores” envolvidos nestes procedimentos.

“Urge garantir uma plena interiorização e assunção das obrigações em causa, bem como a adequação permanente do comportamento do prestador, o que só ocorrerá se os procedimentos existentes forem efetivamente cumpridos e respeitados pelos profissionais”, lê-se na nota divulgada esta quarta-feira.

ZAP //

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