O Centro Hospitalar do Baixo Vouga terá criado um esquema fictício de cirurgias com o intuito de manter os doentes em listas de espera, evitando assim o seu encaminhamento para os hospitais privados e, logo, evitando penalizações financeiras por parte do Governo. A denúncia foi feita por profissionais do Centro, mas negada pela administração.
O Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), constituído pelos hospitais de Aveiro, de Águeda e de Estarreja, estará a “atrasar as operações aos doentes com a marcação de cirurgias fictícias“, conforme adianta o Jornal de Notícias, frisando que estas operações serão “reagendadas e consecutivamente adiadas, havendo casos em que os doentes nem sequer sabem que têm cirurgias marcadas”.
Com este alegado esquema, o CHBV visaria não aumentar a sua lista de espera de cirurgias e, consequentemente não ser “penalizado financeiramente no contrato-programa com o Governo”, evitando também “despesas ao não enviar os doentes para fazerem operações em outros hospitais”, conforme sublinha o Jornal de Notícias.
A administração do CHBV já negou estas alegações, em comunicado divulgado por vários órgãos de informação, garantindo que “não foi identificada qualquer actividade fictícia” no agendamento de cirurgias.
O Centro Hospitalar assume que, há cerca de um ano, “o processo de agendamento do Sistema de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), foi objecto de auditoria externa” e que se verificaram, na altura, “algumas irregularidades que foram sanadas”.
“Neste momento realizam-se as melhores práticas clínicas no Centro Hospitalar do Baixo Vouga”, garante também a administração.
Este caso das alegadas cirurgias fictícias constará de uma exposição dirigida ao Bastonário da Ordem dos Médicos por vários profissionais do CHBV.
O caso já mereceu atenção dos partidos políticos e o deputado do PS Filipe Neto Brandão pediu esclarecimentos ao ministro da Saúde Paulo Macedo.
SV, ZAP