Invasão do Capitólio: horas de telefonemas de Trump terão sido omitidas dos registos da Casa Branca

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Jim Lo Scalzo / EPA

Os registos da Casa Branca entregues à comissão legislativa que investiga o ataque ao Capitólio têm um intervalo de 7 horas e 37 minutos em relação aos telefonemas recebidos ou feitos naquele dia pelo ex-Presidente norte-americano Donald Trump.

O caso é divulgado hoje pelos órgãos de comunicação social The Washington Post e CBS.

Ambos os meios de comunicação indicam que não há entradas nos arquivos da Casa Branca de nenhum telefonema recebido ou feito do telefone do ex-Presidente republicano (2007-2021) das 11h17 às 18h54 (hora local), a 6 de janeiro de 2021.

Nesse intervalo, centenas de apoiantes de Donald Trump invadiram a sede do Congresso dos Estados Unidos, enquanto uma sessão conjunta das duas câmaras era realizada para ratificar a vitória do candidato democrata e atual chefe de Estado, Joe Biden, nas eleições 2020.

De acordo com o jornal Washington Post e a cadeia de televisão CBS, os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos este ano entregaram 11 páginas de registos da Casa Branca, incluindo o diário oficial do presidente e registos de chamadas da central telefónica da mansão presidencial, para a comissão da Câmara dos Representantes que investiga o ataque ao Capitólio.

Os registos mostram que Trump estava ativo ao telefone durante parte do dia, falando com pelo menos oito pessoas pela manhã e 11 à tarde.

Esse intervalo de mais de sete horas contrasta com relatos da imprensa de que Donald Trump falou com os seus apoiantes durante o ataque, como o senador Mike Lee e o líder da minoria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

Duas pessoas familiarizadas com a investigação disseram ao The Washington Post e à CBS que a comissão está a tentar descobrir se Trump comunicou naquele dia através de canais secundários, como telefones de assessores ou dispositivos descartáveis. A comissão de investigação também está a tentar confirmar se de fato recebeu os registos completos da Casa Branca.

Um membro dessa comissão indicou que estão a realizar investigações sobre a possibilidade de “ocultação” por parte da Casa Branca dos registos telefónicos, enquanto outra pessoa familiarizada com o trabalho da comissão que essa falha suscitou “um intenso interesse” entre os congressistas.

Nos telefonemas que aparecem nesses documentos, há duas conservas entre Trump e o seu ex-assessor Steve Bannon, que havia dito num ‘podcast’ no dia anterior: “o inferno vai acontecer amanhã”.

Num desses telefonemas, Steve Bannon instou Trump a continuar a pressionar o seu vice-presidente, Mike Pence, para bloquear a ratificação da vitória de Biden no Congresso, revelaram pessoas familiarizadas com o conteúdo dessa conversa ao The Washington Post e à CBS.

Donald Trump usou vários telefones quando estava na Casa Branca: às vezes, quando fazia chamadas, o número no aparelho do recetor era a central telefónica da Casa Branca, outras eram outros números e às vezes nenhum, disseram as fontes. Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o ex-Presidente dos Estados Unidos disse que “não faz ideia” do que era um telefone descartável.

// Lusa

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1 Comment

  1. gato escondido com o rabo de fora! também no caso Watergate o sr. presidente escondeu conversas (no caso, gravações de conversas presenciais, mas vai dar ao mesmo).

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