Antiga espécie de hominídeo pode ainda estar viva nas florestas das Flores

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Cicero Moraes et al / Wikipedia

Homo floresiensis, mais conhecido como "Hobbit das Flores"

Homo floresiensis, mais conhecido como “Hobbit das Flores”

O antropólogo Gregory Forth considera que uma antiga espécie humana pode estar ainda viva nos dias de hoje, na Ilha das Flores, na Indonésia: o Homo floresiensis, ou “Hobbit das Flores”.

Em 2003, uma equipa de arqueólogos que procurava na Ilha das Flores, na Indonésia, indícios de migrações de humanos contemporâneos da Ásia para a Austrália, tropeçou num pequeno esqueleto, quase intacto, de uma espécie humana extinta.

Os restos mostravam um hominídeo de apenas um metro de altura, 30 quilogramas de peso e um cérebro do tamanho de uma laranja.

A nova espécie então descoberta foi designada Homo floresiensis, ou, como é popularmente conhecido, “Hobbit das Flores“, graças à sua pequena estatura e fisionomia e numa alusão às conhecidas personagens dos livros de J.R.R. Tolkien.

Alguns cientistas acreditam que se trata de uma espécie completamente nova de hominídeo, enquanto outros defendem que se trata apenas de uma variação anormal de outra já conhecida.

Inicialmente, os antropólogos estimaram que a espécie teria vivido há 12 mil anos, mas um estudo posterior, publicado em 2016 na revista Nature, atirou a estimativa para os 50 mil anos.

No mesmo ano, uma equipa de arqueólogos encontrou os restos fossilizados do que consideraram poder ser o avô do “Hobbit” das Flores.

Segundo tudo indica, o Homo floresiensis é uma espécie humana extinta, que viveu há dezenas de milhares de anos.

Mas, recentemente, o antropólogo Gregory Forth, antigo professor da Universidade de Alberta, na Austrália, contrariou a ideia de que o Hobbit das Flores esteja mesmo extinto.

No seu livro “Between Ape and Human“, Forth defende a ideia de que pode haver ainda exemplares vivos da antiga espécie de hominídeo na Ilha das Flores.

Forth sustenta que o Homo floresiensis é uma espécie distinta e que sua presença na Ilha das Flores pode ser explicada pela teoria da “adaptação insular”: as espécies que vivem em ilhas tendem a adaptar-se de forma diferente das espécies que vivem em áreas continentais devido às condições de vida únicas das ilhas.

Ao longo dos anos que dedicou a estudar a etnografia das Flores, Forth recolheu relatos de avistamentos de pequenas criaturas hominídeas, raramente vistas, em tudo semelhantes a Homo floresiensis.

Os Lio, a primitiva população das florestas locais, dizem que os pequenos seres que por vezes avistam são “muito parecidos com humanos, mas não são humanos“.

O antropólogo recolheu relatos de mais de 30 testemunhas, com quem falou pessoalmente, que descrevem o que Forth chama “algo como um homem-macaco”.

Gregory Forth tentou então encontrar explicação para a existência de hominídeos tão semelhantes a uma espécie que todos consideram extinta.

E a conclusão do antropólogo é tão simples quanto perturbadora: a melhor forma de explicar as semelhanças é que hominídeos não-sapiens tenham sobrevivido até aos dias de hoje nas florestas da Ilha das Flores.

Para os Lio, as estranhas criaturas que por vezes avistam são animais. Mas se as controversas conclusões de Forth estiverem corretas, há uma espécie humana, que todos consideravam extinta, bem viva nas florestas indonésias.

Resta agora saber também quem são os míticos Yeti que alegadamente vagueiam pelos Himalaias, e os seus primos Sasquatch — os famosos bigfoot que há quem diga que habitam nas florestas do norte da América.

Armando Batista, ZAP //

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