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Está provado: os Hobbits eram uma espécie à parte

Peter Brown / Universidade de New England

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Os dentes de um fóssil conhecido como “hobbit” sugerem que este pertencia a uma espécie única, e não a um humano com um distúrbio de crescimento. A nova pesquisa sugere também que estes hobbit pode partilhar um ancestral direto com os humanos modernos.

Um fóssil de humano antigo, com apenas 90 centímetros, e cuja pequena estatura lhe granjeou o apelido de “hobbit“, tem intrigado os cientistas evolucionistas desde que os seus pequenos ossos foram descobertos na ilha indonésia de Flores.

Os fósseis com 18 mil anos foram descobertos em 2003, e desde então os cientistas têm sugerido que o hobbit, que tinha um cérebro do tamanho de uma toranja, era um ramo da linhagem humana, a Homo floresiensis.

No entanto, outros investigadores argumentavam que este “hobbit” era na verdade um humano moderno com microcefalia, uma doença que motiva uma cabeça anormalmente pequena, um corpo pequeno e um certo atraso mental.

Para saber mais sobre este hobbit, os cientistas realizaram a primeira análise profunda dos dentes deste (aparente) humano antigo. Os investigadores compararam os 40 dentes conhecidos do hobbit com os de 490 humanos modernos da Ásia, Oceânia, África e Europa, assim como de uma variedade de hominídeos extintos, como o Homo habilis – que se considera estar entre os primeiros fabricantes de ferramentas de pedra.

Os investigadores descobriram que os dentes de hobbit eram tão pequenos como os dos humanos modernos baixinhos, mas outras características destes dentes pareciam completamente diferentes dos humanos modernos.

De acordo com os investigadores, os dentes de hobbit mostravam um mosaico único de traços vistos em hominídeos primitivos misturados com traços mais avançados visto em hominídeos posteriores. Por exemplo, os dentes caninos e pré-molares pareciam primitivos, enquanto os dentes molares pareciam mais avançados, ou como se tivessem surgido mais tarde na evolução do Homo sapiens.

Estes resultados, publicados na PLoS ONE, contradizem as afirmações anteriores de que os hobbits possuíam dentes semelhantes aos dos humanos modernos, e sugerem também que os hobbits não eram apenas seres humanos modernos com anomalias graves.

Os investigadores descobriram que características dentárias primitivas do hobbit são mais semelhantes a espécimens do Homo erectus – o mais antigo ancestral dos humanos modernos – da ilha indonésia de Java. Contudo o Homo erectus era tão alto quanto os humanos modernos.

Os cientistas sugerem que em ilhas isoladas, os antepassados do hobbit sofreram um nanismo dramático, com os seus corpos a encolherem de cerca de 1,65 para 1,1 metros, e cérebros a minguar de cerca de 860 cm3 para 426 cm3.

“Este trabalho pode virar a maré no que toca à questão da origem evolutiva do Homo floresiensis“, afirma ao Live Science o principal autor do estudo, Yousuke Kaifu, paleoantropólogo no Museu Nacional de Natureza e Ciência de Tóquio.

Enquanto a linhagem humana no geral evoluiu ao longo do tempo para corpos e cérebros maiores, este “hobbit” sugere que o isolamento nas ilhas poderia reverter substancialmente esta tendência evolutiva, pondera Kaifu.

ZAP //

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