A vila de Hogeweyk é exclusivamente composta por idosos com demência e Alzheimer e os seus cuidadores. É um conceito inovador em todo o mundo.
A doença de Alzheimer provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como a memória e pensamento. É a forma mais comum de demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos.
Em Portugal, estima-se que existam 194 mil pessoas com demência, das quais 60 a 80% têm Alzheimer.
Para filhos e netos, muitas vezes a preocupação é sobre como tomar conta de idosos com a doença. Nos Países Baixos, a vila de Hogeweyk é a solução para este problema. Há 152 residentes em Hogeweyk e todos têm algo em comum: a demência.
A realidade é que Hogeweyk não é uma vila real. É uma instalação de tratamento para pacientes com demência e Alzheimer que foi especialmente idealizada para a prestação de cuidados especiais aos idosos.
Os residentes são apoiados por 250 especialistas em cuidados geriátricos. Há ainda uma equipa que ajuda em tudo o que for preciso, desde arrumar a casa, lavar a roupa ou cozinhar. No entanto, ao contrário de um lar, os pacientes têm autonomia, independência e privacidade para viver a sua vida.
Quem lá chega vê-se transportado para os anos 50, uma vez que os pacientes recordam de forma mais vívida esta altura das suas vidas, explica o Psychology Today.
Em Hogeweyk encontrará casas onde as pessoas vivem juntas com estilos de vida semelhantes. Podem visitar o pub, restaurante, teatro, supermercado e muito mais. Não precisam de pagar por nada. Está tudo incluído nos 5 mil euros mensais que a família investe.
O projeto foi criado em 2009 por dois arquitetos, Frank van Dillen e Michael Bol, que têm desenvolvido os vários edifícios. O projeto tem sido um sucesso e outras vilas semelhantes estão a nascer noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos.
“Todos os residentes que vivem aqui precisam de tratamento médico, sim. Todos eles têm medicação. Todos eles estão num estágio avançado de demência”, disse a gerente de instalações Eloy van Hal à Business Insider. “Mas são antes de tudo uma pessoa. É por isso que há pessoas com demência a viver aqui, e não pessoas dementes”.