Porque é que os hipopótamos de Pablo Escobar são um problema para a Colômbia?

Décadas após a morte do narcotraficante Pablo Escobar, os seus hipopótamos continuam a dar dores de cabeça à Colômbia.

Além de ter sido um dos maiores narcotraficantes do mundo, Pablo Escobar tinha prazer em “colecionar” espécies exóticas de animais no seu zoo particular, conhecido como Hacienda Nápoles.

Eis que, após o seu assassinato, em 1993, os animais foram gradualmente abandonados e alguns até fugiram. Hoje, a Colômbia precisa de lidar com uma população de aproximadamente 70 hipopótamos que vivem soltos pelo país — nos anos 1980, eram apenas quatro. A provável solução deve custar cerca de 18 milhões de reais para os cofres públicos (3,5 milhões de dólares).

Conforme a população crescia, os problemas relacionados com esta espécie apareciam. Em 2021, houve registo de dois ataques de hipopótamos, descendentes da linhagem trazida por Pablo Escobar, a humanos. A espécie pesa entre 1,5 a 3 toneladas, tem comportamento territorialista e é totalmente exótica para a Colômbia, onde nem existem predadores naturais, como os crocodilos.

Para tentar evitar novos problemas relacionados com os hipopótamos, ainda em 2021, as autoridades locais iniciaram um projeto de esterilização em massa dos animais. No entanto, a estratégia não funcionou conforme o planeado, sendo logo descontinuada.

De seguida, o Ministério do Ambiente da Colômbia declarou que os hipopótamos eram uma espécie invasora e, como tal, poderiam ser caçados legalmente no país. Embora pareça simples, a caça pode ter inúmeros riscos, além do sofrimento animal. Então, surgiu uma nova ideia: enviá-los vivos para santuários espalhados pelo mundo, onde teriam vidas tranquilas e não colocariam mais nenhum humano em risco.

Envio milionário dos animais exóticos para santuários

O plano milionário da Colômbia é enviar 10 hipopótamos de Pablo Escobar para o Santuário de Ostok, no norte do México, e os outros 60 para uma instalação ainda a ser definida na Índia. A transferência está prevista para ocorrer até ao final deste semestre, adianta Aníbal Gaviria, governador de Antioquia. Este promete ser o último projeto necessário para controlar os animais exóticos.

Talvez, um dos maiores dilemas seja o alto custo da transferência dos mamíferos. “A operação completa deve custar cerca de 3,5 milhões de dólares”, afirma Ernesto Zazueta, responsável pelo espaço mexicano, em declarações à agência AFP.

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