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Cientistas criam hidrogel que se cura a si mesmo como a pele humana

A carne artificial, que pode vir a ser essencial para futuros desenvolvimentos em robótica e dispositivos médicos, está cada vez mais próxima de se tornar realidade.

Cientistas na Austrália criaram um novo material gelatinoso que, asseguram, tem a força e a durabilidade da nossa pele, ligamentos ou mesmo ossos, avança o Science Alert.

“Com a química especial que desenvolvemos no hidrogel, este pode reparar-se depois de ser danificado tal como acontece com a pele humana. Os hidrogéis geralmente são fracos, mas o nosso material é tão forte que pode facilmente levantar objetos muito pesados e mudar de forma como os músculos humanos”, explicou Luke Connal, químico da Universidade Nacional da Austrália.

Depois de vários testes, os autores do estudo, publicado em outubro na revista científica Advanced Materials, afirmam ter criado o primeiro hidrogel dinâmico que é forte, resistente à fadiga, autocurativo e capaz de mudar de formas e ‘lembrá-las’ depois.

Ao usar este material, os investigadores fizeram membranas extremamente finas de “pele artificial” sem qualquer rutura. Quando essas membranas foram aquecidas ou arrefecidas, mudaram para diferentes formas, voltando mais tarde ao seu estado original juntamente com a temperatura.

Ao contrário de muitos outros hidrogéis — que podem demorar dez minutos ou mais para mudar de forma —, os autores dizem que este apenas demorou dez segundos para dobrar. O que o torna tão eficaz são as ligações dinâmicas de hidrogénio e imina (carbono-nitrogênio), que trabalham juntas para formar “propriedades sem precedentes”.

Ligações dinâmicas têm uma boa resposta a estímulos, tornando-as perfeitas para materiais adaptáveis e autocurativos. A imina, em particular, tem uma cinética de reação rápida que pode permitir uma autocura rápida.

Além disso, os autores dizem que estes materiais podem ser facilmente preparados usando química simples e, se outros polímeros forem adicionados à mistura molecular, talvez ainda possam ser alcançadas mais funções.

Se a temperatura for de alguma forma usada como controlo, os investigadores pensam que este gel poderá um dia ser movido como um músculo artificial.

Ter uma matéria-prima tão flexível pode ser essencial para futuros desenvolvimentos em robótica e dispositivos médicos. “Prevemos que os cientistas que trabalham com a próxima geração de robôs moles vão estar interessados e empolgados com a nossa nova forma de produzir hidrogéis”.

Enquanto isso, a equipa espera conseguir transformar o hidrogel numa tinta imprimível em 3D.

ZAP //

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