Heroína de guerra ucraniana detida por planear ataque ao Parlamento

A antiga piloto e atual deputada Nadiia Savchenko é acusada de planear um ataque ao Parlamento. A heroína de guerra foi detida esta quinta-feira.

A antiga piloto de helicóptero e deputada ucraniana Nadiia Savchenko foi detida, esta quinta-feira, pelas autoridades ucranianas acusada de planear um golpe de Estado contra o Governo.

Nadiia Savchenko esteve 22 meses presa na Rússia depois de ter sido detida por separatistas em Lugansk, no Leste da Ucrânia, e acusada de assassínio por Moscovo, tornando-se uma heroína nacional e um símbolo de resistência ucraniana à Rússia, conta o Público.

Quando regressou ao seu país em 2016, tornou-se deputada. No ano seguinte, começou por ser acusada pelos deputados de declarações “anti-ucranianas” após ter dito que a Ucrânia tinha de suavizar a sua pretensão em relação à Crimeia, de modo a recuperar o controlo da região de Donbass, nas mãos de rebeldes pró-Rússia.

O procurados Iurii Lutsenko afirmou, na semana passada, que tinha em mãos “provas irrefutáveis” de que Savchenko planeou um ataque ao parlamento com granadas, morteiros e armas automáticas – o ataque, porém, nunca chegou a acontecer.

A deputada negou as acusações, dizendo apenas que agentes infiltrados a encorajaram a planear a queda do Governo ucraniano, com o intuito de a desacreditar perante a opinião pública. “Este não é um acto terrorista, isto é uma provocação política para fazer as autoridades parecerem ridículas”, disse, citada pela Reuters.

Esta quinta-feira, a antiga piloto acabou por ser detida pelas autoridades no Parlamento de Kiev, depois de os deputados terem aprovado a retirada da sua imunidade, avança o jornal.

“O plano era fazer cair o sistema constitucional através de ataques terroristas no bairro governamental no centro de Kiev, utilizando armas recebidas pelos líderes do chamado DNR”, disse Lutsenko aos deputados, referindo-se aos separatistas russos.

Antes da votação, Lutsenko apresentou no Parlamento vídeos captados por câmaras de vigilância ocultas onde, aparentemente, a deputada tenta persuadir militares ucranianos a juntarem-se ao golpe.

Não se referindo diretamente a este caso, Lutsenko rejeitou acusações de traição ao país. “Acusar-me de traição contra a Ucrânia, e criar anti-heróis a partir dos heróis de ontem simplesmente porque não concordam com as políticas e posições do actual Governo – é tudo o que as autoridades podem fazer”, argumentou.

ZAP //

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