Acidente em Mondim de Basto deixa o serviço (ainda) mais comprometido, alertam os técnicos de emergência médica.
O país voltou a ficar sobressaltado nesta segunda-feira, com novo acidente a envolver um helicóptero. Desta vez do INEM, desta vez em Atei, Mondim de Basto.
Mas, ao contrário da queda mais grave de sempre que se registou em Lamego, este incidente não originou qualquer vítima mortal, nem sequer feridos. Os quatro ocupantes foram transportados para o hospital por precaução.
O aparelho socorria um trabalhador ferido num acidente numa pedreira, quando tombou; as hélices da aeronave fizeram muito pó, o piloto perdeu a visibilidade, o helicóptero embateu depois numa árvore e caiu de lado.
O sobressalto não foi o mesmo, mas os serviços de emergência médica ficam sobressaltados por outro motivo: agora há ainda menos meios de socorro durante a noite.
O INEM só tinha quatro helicópteros. Agora tem três. E este que ficou fora de serviço era um dos dois que trabalhavam no período nocturno.
Agora só fica um helicóptero a garantir emergência médica durante a noite e madrugada.
“Não é preciso fazer muitas contas para perceber que o serviço já estava comprometido, no modelo actual. Sem este helicóptero, obviamente que o socorro fica comprometido”, alertou Paulo Paço, presidente da Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM).
No Diário de Notícias, Paulo Paço acha que mais nenhum aparelho vai passar a trabalhar 24 horas, em vez de 12. E não se sabe quando haverá novo helicóptero, para substituir este último.
Assim, os riscos para a população aumentam: “O principal risco, desde logo, é o facto de faltar um meio de suporte avançado de vida. Os helicópteros são meios que podem ir diretos ao local da ocorrência”.
E já quatro helicópteros… É pouco, segundo o presidente da ANTEM: “Acho que precisaríamos de um quinto helicóptero, na região centro do país. Com esta quinta aeronave haveria a possibilidade – em situações eventuais, como a que aconteceu esta segunda-feira – de um dos meios poder movimentar-se mais para norte ou para sul, consoante a necessidade”.
Para ir buscar um ferido ligeiro? Um helicóptero?! Naquela manobra que todos vimos? Estavam dezenas de pessoas em risco? Quem é responsável por isto? Por que raio o piloto achou boa ideia aterrar ali? Quem enviou um heli para socorrer um ferido ligeiro?
Pelos vistos, hoje em dia andar de helicóptero em Portugal é um perigo. Já é o segundo que cai em menos de uma semana. Se teve de ser naquele sítio, porque não se asseguraram em molhar previamente a zona envolvente, para não levantar poeira?
Para a dimensão e exigências actuais do país (deslocação extensa de pacientes) 10 helicópteros do INEM não seriam de menos.