Haitham Imad / EPA
![Cerimónia de libertação de reféns israelitas em Gaza.](https://zap.aeiou.pt/wp-content/uploads/2025/02/d98ca1cf81b0761ad5f8451cac74cefa-783x450.jpg)
Cerimónia do Hamas de libertação de reféns israelitas em Gaza.
O grupo terrorista Hamas entregou, neste sábado, três reféns israelitas ao Comité Internacional da Cruz Vermelha numa cerimónia em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde deixou um aviso a Donald Trump.
Foram libertados o israelo-russo Alexander (Sasha) Troufanov, de 29 anos, o israelo-argentino Iair Horn, de 46, e o israelo-americano Sagui Dekel-Chen, de 36 anos.
Os três reféns encontravam-se em aparente bom estado de saúde. As suas condições pareciam melhores do que a dos três reféns libertados no passado sábado, que se apresentavam bastante magros.
A libertação aconteceu ao abrigo do acordo de tréguas firmado entre Israel e o Hamas que chegou a estar em risco, com Donald Trump a ameaçar que Gaza seria transformada num “inferno” se os reféns não fossem todos libertados.
Hamas deixa aviso sobre plano de Trump
O Hamas lembrou-se especialmente do Presidente dos EUA na cerimónia de libertação dos reféns em Gaza, exibindo numa das lonas colocadas no local, a inscrição “Nenhuma emigração, excepto para Jerusalém”.
A mensagem é uma referência directa ao plano que Trump tem para Gaza, e que passa por expulsar todos os palestinianos para reconstruir e transformar o local na “Riviera do Médio Oriente“.
Após a libertação dos três reféns, Trump usou a sua rede social Truth para salientar que apoiará qualquer decisão que Israel tome depois de ter definido o meio-dia deste sábado, como a data limite para a libertação de todos os reféns.
Ampulheta a assinalar que o tempo se esgota
O Hamas também entregou aos reféns libertados uma ampulheta com as palavras “O tempo está a esgotar-se”.
Os três reféns foram exibidos numa cerimónia pública em Gaza, como tem sido habitual, e discursaram perante a multidão, fazendo apelos à continuação do acordo de cessar-fogo.
Em comunicado, o Hamas encorajou Israel a iniciar “sem demoras” a segunda fase das negociações do cessar-fogo.
Estas negociações com os mediadores – EUA, Qatar e Egipto – deveriam ter começado 16 dias após a entrada em vigor do acordo, ou seja, em 3 de Fevereiro passado.
A nova fase é considerada mais complicada, e prevê a devolução de todos os reféns capturados no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, e uma prorrogação indefinida do cessar-fogo.
Israel começou a libertar 369 presos palestinianos
As autoridades de Israel também começaram a libertar dezenas de prisioneiros palestinianos após a libertação dos três reféns israelitas.
Está acordada a libertação de 369 prisioneiros e detidos palestinianos, incluindo 36 que cumprem penas de prisão perpétua por ataques mortais.
Os autocarros com prisioneiros palestinianos libertados deixaram uma prisão no Negev (sul de Israel) com destino a Gaza, e outros autocarros chegaram a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, sendo recebidos por aplausos da multidão.
Vestindo o tradicional keffiyeh, os prisioneiros libertados foram içados sobre os ombros da multidão e abraçaram os familiares antes de serem submetidos a um rápido controlo.
Entre os libertados mais conhecidos está Ahmed Barghouti, de 48 anos, figura próxima do líder histórico palestiniano Marwan Barghouti. Israel tinha vetado a sua libertação durante as negociações para o cessar fogo.
Barghouti estava condenado a 13 prisões perpétuas como um dos líderes das Brigadas dos Mártires da Al Aqsa, por ter participado em vários ataques terroristas que mataram vários israelitas.
Também foi libertado Mansour Shreim, de 47 anos, um dos líderes do movimento político e militar Fatah, que defende a solução de dois Estados para o conflito, e que tinha sido condenado a 14 prisões perpétuas por participar em vários ataques durante a chamada “Segunda Intifada” (2002), entre os quais um tiroteio num salão de festas que matou seis pessoas.
Ainda há 73 reféns
Israel já libertou 1135 presos palestinos no âmbito das trocas por reféns com o Hamas.
Actualmente, restam 73 reféns por libertar dos 251 que foram sequestrados pelo grupo terrorista no ataque de 7 de Outubro de 2023.
ZAP // Lusa
Uma Palestina livre do terrorismo (Hamas) , e restituída a seu Povo para viver en Paz sem colonatos Israelitas , é a solução !