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O refém Or Levy, que foi libertado este sábado no pelo Hamas, foi certificado como sefardita pela Comunidade Judaica do Porto, requisito necessário para adquirir cidadania portuguesa.
O Hamas libertou na manhã deste sábado três reféns israelitas que raptou a 7 de outubro de 2023, quando atacou Israel e desencadeou uma ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza. Israel, por seu turno, vai libertar 183 palestinianos.
Os três reféns libertados pelo grupo extremista palestiniano Hamas, este sábado, foram entregues à Cruz Vermelha Internacional (CVI) em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, de acordo com imagens transmitidas em direto por vários canais de televisão.
Or Levy, 34 anos, com ligações a Portugal; Eli Sharabi, 52 anos; e o israelo-alemão Ohad Ben Ami, 56 anos – foram libertados após 16 meses de cativeiro na Faixa de Gaza. Cada um deles saiu de um carro branco do Hamas.
Os três foram levados para um palco montado pelo Hamas onde antes funcionários da CVI assinaram os documentos de receção dos reféns.
Tortured, starved and frail, the Israeli hostages Eli, Or Levy are finally being released, but not before one last macabre display by the Hamas monsters.
Soon, they will be free again! pic.twitter.com/s6PP3TuhkC
— Arsen Ostrovsky 🎗️ (@Ostrov_A) February 8, 2025
Ces images rappellent les Juifs lors de la libération d’Auschwitz. Les otages sont d’une insoutenable maigreur, hagards, c’est absolument atroce.
Le seul génocide a été commis le 7 octobre, par le Hamas. 🎗️🇮🇱 pic.twitter.com/U9e4twwqfI
— Jérémo 🎗️ (@jeremo12) February 8, 2025
Or Levy e as ligações a Portugal
O refém Or Levy foi certificado como sefardita pela Comunidade Judaica do Porto, requisito necessário para adquirir cidadania portuguesa.
“Or Levy foi certificado pela Comunidade Judaica do Porto, uma vez que os seus avós paternos falavam ladino e pertenciam a uma família sefardita tradicional de Istambul na Turquia, a qual tomou o caminho de Israel no século XX”, disse à Lusa o presidente da comunidade, Gabriel Senderowicz.
De acordo com o responsável da Comunidade Judaica do Porto, em novembro de 2023 – quando Or já estava retido na Faixa de Gaza -, os seus representantes legais e a própria embaixada de Israel em Portugal “solicitaram à Conservatória dos Registos Centrais de Lisboa que instruísse o processo com urgência”.
“Cremos que o requerente terá obtido a nacionalidade, uma vez que preenchia os requisitos legais”, acrescentou Senderowicz.
“É um homem de grandes virtudes que queremos ver em breve a rezar na maior sinagoga de Sefarad”, afirmou o presidente da Comunidade Judaica do Porto.
Or Levy foi raptado no festival de música Nova durante o ataque do Hamas em território israelita, a 7 de outubro de 2023, tendo a sua mulher, Eynav, sido morta.
Os outros dois reféns: Ohad Ben Ami, de 56 anos, foi raptado com a mulher, Raz Ben Ami (já libertada), do ‘kibutz’ (comunidade) Beeri; Eli Sharabi, de 53 anos, perdeu os filhos e a mulher no ataque do Hamas ao mesmo ‘kibutz’.
No passado dia 1 foi libertado Ofer Calderon, luso-franco-israelita, que obteve a nacionalidade portuguesa pela sua origem sefardita, depois de ter sido feito refém, a 7 de outubro de 2023.
Israel liberta 183 prisioneiros
Em troca, Israel vai libertar 183 prisioneiros palestinianos – naquela que é a quinta troca desde a entrada em vigor de um acordo de cessar-fogo.
Segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinianos, uma ONG responsável pela questão, o grupo a libertar integra “18 prisioneiros condenados à morte, 54 a longas penas e 111 detidos em Gaza depois de 07 de outubro [de 2023]”, declarou o porta-voz da organização, Amani Sarahneh, citado pelas agências internacionais.
Dezenas de combatentes armados do Hamas, com máscaras e fitas verdes na cabeça, posicionaram-se de manhã cedo em Deir el-Balah, no centro do território palestiniano, antes do início da operação.
Formaram um cordão de isolamento à volta de uma zona onde o movimento montou um palco com fotografias de veículos blindados israelitas destruídos, bandeiras verdes do movimento e fotografias de comandantes mortos.
🚨Hamas, Gazze’nin merkezinde rehineleri teslim etmeye hazırlanıyor. pic.twitter.com/KpUGFCZ3sE
— 3. Dünya Savaşı (@ww3mediaa) February 8, 2025
Nas proximidades estavam estacionadas carrinhas brancas do Hamas, segundo a agência francesa AFP.
Dissipadas as dúvidas
Centenas de pessoas eram esperadas para assistir à transmissão em direto da libertação dos reféns na “Praça dos Reféns”, em Telavive.
Um ecrã gigante foi instalado no local, contando os dias, horas, minutos e segundos desde o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, quando os reféns foram raptados e levados para Gaza.
As dúvidas, finalmente dissipadas na sexta-feira à noite, pairavam sobre a realização da operação, tendo em conta as ondas de choque provocadas pela proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de uma tomada de controlo de Gaza pelos Estados Unidos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acompanhará o processo a partir dos Estados Unidos, onde se encontra de visita.
A troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, este sábado, será a quinta desde a entrada em vigor da trégua, a 19 de janeiro, após 15 meses de guerra.
Até à data, foram libertados 18 reféns e cerca de 600 prisioneiros palestinianos.
Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 47.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.
A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores (Estados Unidos, Qatar e Egito).
ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
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8 Fevereiro, 2025 3 por 183: Hamas e Israel trocam reféns; um deles tem ligações a Portugal