Hamas admite erros no ataque de 7 de outubro

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Mohammed Saber / EPA

Rocket lançado pelo Hamas contra Israel a partir da Faixa de Gaza

Hamas quis dar a sua versão dos factos. Ataque a Israel foi “passo necessário e resposta normal às conspirações israelitas”, mas talvez tenham sido cometidos erros, admite o grupo islamita.

O movimento islamita Hamas afirmou este domingo que o ataque de 7 de outubro contra Israel foi “um passo necessário” e “uma resposta normal” às “conspirações israelitas contra o povo palestiniano”, admitindo erros durante a ação, que matou 1.140 pessoas.

Num comunicado divulgado e citado pela agência France-Presse (AFP) este domingo o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) referiu que no “caos” em torno da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, “talvez tenham sido cometidos erros”.

O grupo islamita, considerado terrorista pela União Europeia, EUA e Israel, negou ter visado civis, exceto “por acidente e durante os confrontos com as forças de ocupação”.

Neste documento de quase 20 páginas, o primeiro do género, o Hamas afirma querer dar a sua “versão dos factos”.

“Podem ter sido cometidos erros na execução da operação ‘Inundação de al-Aqsa’, devido ao súbito colapso do aparelho militar e de segurança ao longo da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza”, afirma o movimento islamita, no poder na Faixa de Gaza desde 2007.

“Evitar ferir os civis, em particular as crianças, as mulheres e os idosos, é uma obrigação religiosa e moral dos combatentes das brigadas al-Qassam”, sublinha, referindo-se ao seu braço armado.

“Decidimos dizer basta”, lia-se numa mensagem divulgada no sábado de 7 de outubro de Muhammad Al-Deif, comandante militar do Hamas, a convocar um levante geral contra Israel.

“Se tens uma arma, usa-a. Esta é a hora de a usar. Sai à rua com camiões, com carros, machados. Hoje começa a melhor e mais honrosa história”, apelou aos palestinianos quando anunciou que o Hamas havia iniciado a operação “Tempestade Al-Aqsa” e “alvejado as posições inimigas, aeroportos e posições militares com 5.000 foguetes”. Milhares de foguetes foram lançados e milicianos armados entraram por terra, mar e ar.

O ataque sem precedentes fez 1.140 mortos, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas, incluindo mais de 360 festivaleiros em Reim.

Israel está atualmente a investigar relatos de violência sexual cometidos por militantes do Hamas durante o ataque. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns nestes ataques e, segundo Israel, 132 pessoas continuam cativas na Faixa de Gaza — 27 das quais morreram, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.

Futuro de Gaza na mão dos palestinianos

O Hamas exigiu ainda o fim da “agressão israelita” em Gaza e declarou que só o povo palestiniano deve decidir o futuro do território.

Rejeitamos categoricamente qualquer plano internacional ou israelita para decidir o futuro da Faixa de Gaza”, declarou o movimento palestiniano. Para o Hamas, “o povo palestiniano tem a capacidade de decidir o seu futuro e organizar os seus assuntos internos” e “ninguém no mundo” tem o direito de decidir por ele.

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), considerado terrorista pela União Europeia, EUA e Israel, no poder no enclave palestiniano desde 2007, apela ainda ao “fim imediato da agressão israelita em Gaza e dos assassínios e limpeza étnica cometidos contra toda a população de Gaza”.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Acho que seria relevante colocarem o link do comunicado para podermos ler e verificar os factos, pois nada aparece na internet sobre este comunicado.

  2. Sim foi um erro, dezenas de milhares de palestinianos morreram por esse erro, mais de um milhar de israelitas foram simplesmente assassinados. toda a população de Gaza está a pagar esse erro. Mas será uma lição que os palestiniamos e outros grupos terroristas aprenderam. O castigo para esta gente tem de ser mesmo assim, desproporcional, para que da proxima vez que o Hamas ou outros parecidos disserem “Se tens uma arma, usa-a. Esta é a hora de a usar. Sai à rua com camiões, com carros, machados. Hoje começa a melhor e mais honrosa história”, em vez de seguirem os terroristas cegamente pensem no seu futuro. Fizeram o que o Hamas pediu e estão a pagar o preço. A justiça esta a actuar. No meio morrem inocentes, mas acredito que a sua maioria por danos colaterias e por estarem a ser usados como escudos humanos pelo Hamas e não barbaramente assassinados como foi feito no 7 de Outubro

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