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Haiti atingido por graves cheias depois do terremoto

Duples Plymouth / EPA

Efeitos do tremor de terra de 14 de agosto em Los Cayos, Haiti

Chuvas torrenciais inundaram os hospitais onde os feridos do terremoto de último fim-de-semana recuperavam.

Depois do terremoto de 7,2 na escala de Ritcher, a bonança ainda não chegou. O povo do Haiti parece não ter descanso, desta feita com uma tempestade que assolou a costa sul do país a causar inundações em vários pontos do território. De acordo com o The Guardian, o fenómeno meteorológico veio agravar ainda mais as condições, depois do sismo ter provocado a morte de pelo menos 1941 pessoas.

Segundo os relatos, várias partes das ilhas das Caraíbas ficaram inundadas depois de numa hora chover 50 litros de água por metro quadrado. Em algumas das regiões mais afetadas ainda não há eletricidade, rede e os hospitais também ficaram inundados.

A situação agrava-se ainda mais se considerarmos que os hospitais estão repletos de feridos causados pelo terremoto — que terá feito quase dez mil feridos, muitos deles graves, e destruído 60 mil casas.

O sismo teve um epicentro a 125 quilómetros a oeste da capital, Port-au-Prince, causando a destruição de cidades e deslizamentos de terras, que dificultaram a chegada de socorristas às zonas mais afetadas. Segundo o Observador, o abalo terá danificado escolas, igrejas e complexos empresariais, assim como hospitais.

O Haiti é o país mais pobre do Hemisfério Ocidental e lida atualmente com a pandemia da Covid-19, a violência de gangues, a pobreza e a incerteza política que resultou do assassino de Jovenel Moïsem, presidente do país, a 7 de julho. Recentemente, os dirigentes políticos viram-se obrigados a negociar com os gangues de Martissant de forma a que a passagem de duas colunas humanitárias pela área fosse viável, de acordo com o serviço da organização das Nações Unidas para os Humanitários.

Segundo a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, “pouco mais de uma década depois, o Haiti está outra vez a cambalear“, referindo-se ao sismo de 2010 que resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas. “Este desastre coincide com a instabilidade política, o aumento da violência dos gangues, alarmantes e elevadas taxas de subnutrição infantil e a pandemia de Covid — para a qual o Haiti só recebeu 500 mil vacinas, apesar de precisar de muitas mais”, explicou.

O país, onde vivem 11 milhões de pessoas, recebeu as primeiras doses de vacinas depois de uma doação dos Estados Unidos da América no mês passado.

Ana Rita Moutinho, ZAP //

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