Cheia de mitos e muita cultura, esta é uma imagem de marca da cidade de Istambul. Quão bem a conhece? Nem os historiadores sabem o que é real e o que é inventado.
A atual Hagia Sophia foi construída no século VI, quando Constantinopla (agora Istambul, na Turquia) era o coração do Império Bizantino cristão ortodoxo. Foi construída como igreja, e só em 1453 se tornou mesquita.
Era conhecida como “Grande Igreja”, e foi inaugurada pelo filho de Constantino, Constâncio II, em 360 d.C., conta a CNN. Constantino foi o imperador romano que se converteu ao cristianismo e transferiu o centro do Império Romano para Constantinopla — era o início do império bizantino.
O preço da construção da Hagia Sophia foi considerado astronómico. Segundo os documentos históricos, terá custado 1.14 mil milhões de euros a ser feito, mas há quem diga que foi ainda mais caro. Se este valor for verdadeiro, esta construção uspera o custo da Notre Dame, em Paris, que custou 880 milhões de euros a ser feita.
Durante o período bizantino, Hagia Sophia, que é grego para “Sabedoria Sagrada”, tornou-se o centro do cristianismo ortodoxo e o último símbolo do império. Foi só durante o Império Otomano que o monumento foi convertido em mesquita.
Hagia Sophia resistiu a muitas revoluções, ocupações, motins, pilhagens e até desastres naturais, e há mesmo quem diga que a sua construção numa rocha sólida a permitiu sobreviver ao vários terramotos que Istambul tem sofrido ao longo do tempo.
Tem sido palco de várias lendas e mitos, e tornou-se um símbolo da cidade de Istambul. Uma dessas histórias, por exemplo, conta que um terramoto rachou a cúpula no ano 500, e para a reparar tive de se usar uma mistura feita da saliva de um jovem profeta, misturada com água “santa” Zamzam e terra de Meca.
“Essas lendas e mitos em torno de Hagia Sophia ligam as pessoas a ela; reforçam a perceção de que esta é a sua mesquita, o seu templo”, diz à CNN o investigador Hasan Mert Kaya.
Entretanto, com o colapso do Império Otomano, o monumento foi reabilitado e convertido em museu em 1935.
Numa medida controversa imposta pelo presidente Tayyip Erdogan, em 2020, foi novamente convertida em mesquita. Ainda assim, é possível continuar a visitar Hagia Sophia, mesmo se não for muçulmano — e até assistir à oração. Um momento único, num dos lugares com mais história de toda a Turquia.