Houve diferenças notáveis na forma como os géneros responderam a receber um mau presente no estudo.
A compra do presente perfeito pode ser uma dor de cabeça para alguns, na tentativa de causar a melhor impressão e criar um momento que perdure no tempo — sobretudo se o que está em causa é uma ocasião especial.
Uma má escolha pode cair mal junto da pessoa a quem se está a ofertar, por se evidenciar que se conhece mal a outra pessoa.
Tal como destaca o site Big Think, há uma grande diferença entre comprar algo e presentear alguém. Quando se compra uma coisa, está-se a dar algo útil ou divertido ou bonito. Mas quando se dá um presente, pode estar em causa a consideração que temos.
Dar um presente é fazer saber a alguém que é suficientemente importante para si que está disposto a procurar e encontrar algo que lhe convém.
E quando tal não acontece? Todos recebemos maus presentes: canecas, meias ou gravatas. Na realidade, podem ser algo prático, mas não especial, com certeza.
O curioso é que as pessoas responderão de forma diferente quando receberem um mau presente. Dunn et al. realizaram uma pesquisa sobre “mau presente”, e descobriram que as pessoas percebem um presente mal escolhido como indicativo de serem mal compreendidas.
Como a publicação mostra, as pessoas relatam “sentir-se menos semelhantes ao seu parceiro romântico depois de receberem um mau versus bom presente”.
O que é curioso, no entanto, é que houve diferenças notáveis na forma como os géneros responderam a receber um mau presente no estudo.
Com base no seu estudo sobre cerca de 30 casais heterossexuais, a equipa da Universidade da Colúmbia Britânica descobriu que os homens encaravam pior os maus presentes do que as mulheres. Um mau presente faz com que os homens se sintam menos próximos e mais chateados com os seus parceiros.
Para as mulheres, contudo, a sua perspetiva sobre uma relação “era impermeável a receber um mau versus um bom presente — embora as mulheres estivessem tão descontentes com os maus presentes como os homens”.
Por outras palavras, de acordo com esta amostra, pelo menos, as mulheres tendem a minimizar o fator “fui mal compreendida” de um presente mal escolhido.
O Natal, os aniversários e as celebrações de hoje tornaram-se, na sua maioria, uma monstruosidade comercial, perdendo o significado de dar um bom presente.
A oferta de presentes é uma tradição antiga e especial. Faz parte de quase todas as sociedades e, sem dúvida, tem raízes evolutivas em cooperação e reciprocidade.
Quando compramos a alguém um cartão Hallmark ou o primeiro item de uma lista de “Melhores Presentes para o Dia das Mães”, esvaziamos de sentido a oferta de presentes. Tornamo-lo ofensivo. Não se trata de um presente como deve ser, mas sim de enquadrar o recetor como uma imposição e um incómodo para ser feito rapidamente.
Talvez, da próxima vez, preste atenção aos seus mais próximos. Deixe-os saber que passou o seu tempo a pensar neles. Afinal de contas, se o pensamento é tudo o que conta, deve tornar esse pensamento tão bom como o seu presente.