/

Há um inferno à espera dos astronautas que viverem em Marte

8

A ida do ser humano a Marte está a ser planeada há algum tempo, e tanto a NASA como a SpaceX sabem que a jornada de 200 dias até que os astronautas cheguem ao Planeta Vermelho terá um impacto enorme no organismo humano – tal como o que acontecerá com os seus corpos depois de estarem a viver lá.

E esses danos podem ser maiores do que imaginamos.

Questões como a atrofia muscular, perda de estrutura óssea, pressão intra-craniana, alta exposição à radiação e problemas psicológicos são algumas das preocupações. Para contornar estes problemas, a NASA tem trabalhado em ideias como a de uma espécie de hibernação espacial, ou habitações marcianas em cavernas protegidas.

“Há muitos desafios que nos impedem de chegar a Marte num estado saudável“, explicou John Bradford, director de operações da Spaceworks, que defende o recurso ao estado de hibernação durante a viagem dos astronautas.

A hibernação traz também benefícios psicossociais, já que não se pode entrar em depressão enquanto se dorme – além de promover a redução da pressão intra-crianiana e permitir que seja feita uma espécie de electroestimulação para reduzir a atrofia muscular e perda óssea, sem que os astronautas sintam dor ou desconforto.

Além disso, a hibernação também pode contribuir para a redução de gastos com suprimentos alimentares, reduzindo os níveis de energia utilizados, uma vez que durante a hibernação a temperatura corporal seria reduzida de 37ºC para algo entre 32 e 34ºC.

Mas os astronautas entrariam nesse estado de hibernação durante 2 semanas, acordando alguns dias para retomar funções corporais, e repetindo o processo até chegar ao seu destino. Isso representa outros perigos, já que será necessária sedação de longo prazo, nutrição e hidratação, além de eliminação de resíduos e controle contínuo de temperatura.

Passada essa fase, chega o momento de viver em Marte, o que trará outros problemas ao corpo humano. De acordo com Laura Kerber, da NASA, “alguns dos maiores desafios são o ambiente de alta pressão, que requer um traje espacial volumoso e pressurizado, além das temperaturas extremamente frias à noite”. A agência espacial tem trabalhado na criação de trajes mais leves para que a locomoção seja possível.

A radiação é outro problema para os astronautas que colonizarem Marte, já que o planeta não tem um campo magnético de protecção como temos na Terra.

Outros desafios envolvem a gravidade marciana, que é de um terço da terrestre. Também é preciso saber mais sobre a poeira do planeta para descobrir quão seguro seria respirá-la acidentalmente, ou ainda o que aconteceria com seu contacto na nossa pele.

O robô Curiosity, que está há alguns anos em Marte a explorar a sua superfície, tem dado uma enorme ajuda com informação sobre a radiação, atmosfera e geologia do Planeta Vermelho.

Mas ainda há muita coisa que a NASA não conhece – e que é absolutamente essencial saber para que as futuras missões tripuladas sejam bem-sucedidas no que diz respeito à integridade física dos corajosos astronautas.

ZAP // Canaltech / Engadget

8 Comments

  1. Estamos na época em que o homem se pensa substituir por robôs porque razão não os enviar lá a eles? Desistiram da Lua aqui tão perto e agora pensam chegar a Marte, estranho!

  2. Conhecimento, investigação, inovação, descobrimentos; Tudo bens de valor incalculável para a humanidade. Bem haja aos contribuintes para esses valores.

  3. Fico triste de ver o homem desperdiçando tanta energia e dinheiro com bobagens. Milhões e milhões de pessoas passando fome, crise no Oriente Médio, África com tantas riquezas e ao mesmo tempo tantas pessoas doentes e pobres, a crise política no mundo, enfim, rios de dinheiro gastos em estação espacial, foguetes, viagens para o espaço, dinheiro e mais dinheiro sendo gastos em pesquisas para viagens no espaço. Por quê não resolvem os problemas da nossa casa primeiro ao invés de preocuparem com as outras casas?

    • Tem toda a razão Adson. Assim penso. E veja que sou, desde que me conheço, um entusiasta do conhecimento espacial. Só que existem, na minha opinião, limites. Aquilo que refere como sejam as enormes dificuldades que uma grande parte da população mundial passa deveriam ser uma razão para que os governantes mundiais abdicassem destes projetos megalómanos e insanos. Mas para isso era necessário que existisse vergonha e decência. Já agora também consideração pelo próximo.

    • pela tua teoria os americanos não têm de se preocupar com os africanos e afins.
      eles estão a gastar os seus recursos para la ir nao pediram dinheiro aos africanos medio oriente e europa para la chegar por isso devias estar calado.

  4. O Kim da Coreia do Norte está tratando de acabar com a fome e essas misérias resultantes da falta de conhecimentos que o Adson reclama!
    Depois que explodir com boa parte do planeta, acabam essa gastação com as ciências que trouxeram os conhecimentos necessários para suportar este excesso população humana. Sem essa gastação ficaremos bem rápido na pré história e claro apenas poderemos suportar muito miseravelmente entre 1 a 2% da população actual.
    É nisso que se traduz certas ideias de que em vez de melhorar os conhecimentos era preferível gastar mais com comida e medicamentos.

  5. Eu nao entendo tanta pressa. Os americanos e japoneses teem bons robos que poderiam ir a frente e construir as extruras… Os humanos nao podem ir para Marte porque consdicoes de sobrevivencia sao muito perigosas e nao existe forma de ir busca-los se algo correr mal…

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.