Os cientistas descobriram que há uma bebida que está associada a uma redução dos níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo 2.
12 pessoas com diabetes tipo 2 participaram num ensaio clínico conduzido por investigadores da Escola de Saúde da Universidade de Georgetown, da Universidade de Nebraska-Lincoln e da MedStar Health.
Durante quatro semanas beberam kombucha — bebida de chá fermentado. Os resultados, publicados no passado dia 01 de agosto no Frontiers in Nutrition, mostraram que as pessoas tinham níveis mais baixos de glucose no sangue em jejum do que quando consumiram uma bebida placebo de sabor semelhante.
Dan Merenstein, autor do estudo, disse que “alguns estudos laboratoriais e em roedores sobre a kombucha mostraram-se promissores e um pequeno estudo em pessoas sem diabetes mostrou que a kombucha reduziu o açúcar no sangue, mas, tanto quanto sabemos, este é o primeiro ensaio clínico que examina os efeitos da kombucha em pessoas com diabetes”.
O professor de Ciências Humanas na Escola de Saúde de Georgetown e de medicina familiar na Escola de Medicina da Universidade de Georgetown, disse, ainda, que “muitas mais pesquisas precisam ser feitas, mas isto é muito promissor“.
“Um ponto forte do nosso ensaio foi o facto de não termos dito às pessoas o que comer, porque usámos um projeto cruzado que limitou os efeitos de qualquer variabilidade na dieta de uma pessoa”, explicou Merenstein.
Assim, para efeito do estudo, os diabéticos tipo 2 foram divididos em grupos, onde uns beberam aproximadamente 236,59 ml de kombucha ou de bebida placebo semelhante, diariamente, durante quatro semanas.
Depois de dois meses para “limpar” os efeitos biológico das bebidas, o kombucha e o placebo foram trocados entre os grupos durante mais quatro semanas.
Nenhum dos grupos sabia o que estava a beber.
Depois de analisarem os efeitos, os investigadores verificaram que o kombucha parece ter reduzido os níveis médios de glucose no sangue em jejum, após quatro semanas, de 164 para 116 miligramas por decilitro, enquanto que a diferença após quatro semanas com o placebo não foi estatisticamente significativa.
Os investigadores também analisaram a composição dos microrganismos fermentadores na kombucha para determinar quais os ingredientes mais ativos.
Descobriram que a bebida era composta principalmente por bactérias de ácido lático, bactérias de ácido acético e uma forma de levedura chamada Dekkera, com cada micróbio presente em medidas aproximadamente iguais.
A descoberta foi confirmada com a sequenciação de genes de RNA.
Robert Hutkins, Ph.D., da Universidade de Nebraska-Lincoln e autor sénior do estudo, afirmou que “vários estudos de diferentes marcas de kombucha, de diversos fabricantes, revelam misturas e abundâncias microbianas ligeiramente diferentes”.
“No entanto, as principais bactérias e leveduras são altamente reproduzíveis e provavelmente são funcionalmente semelhantes entre marcas e lotes, o que foi reconfortante para o nosso estudo”, acrescenta.
Por sua vez, Chagai Mendelson, MD, autor principal, diz que “conseguimos fornecer provas preliminares de que uma bebida comum pode ter um efeito sobre a diabetes”.
“Esperamos que um ensaio muito maior, com as informações que obtivemos neste ensaio, possa ser realizado para dar uma resposta mais definitiva à eficácia do kombucha na redução dos níveis de glucose no sangue e, portanto, prevenir ou ajudar a tratar o diabetes tipo 2″, conclui.