Há robôs “humildes e amáveis” a fazer entregas pelas ruas do Japão

CV

Robô DeliRo

Dispositivos têm olhos expressivos que podem ficar tristes caso os transeuntes impeçam a sua progressão. 

A ZMP, uma empresa especializada em Robótica com sede em Tóquio, está focada em combater dois dos principais problemas da economia japonesa: a escassez de mão-de-obra e o isolamento das populações rurais. Para isso, construíram robôs de entregas autónomos que percorrem as ruas do país.

A esperança é que a inovação permita, por exemplo, ajudar a população mais idosa que reside nas áreas rurais a ter acesso a bens essenciais. Simultaneamente, a incapacidade de preencher vagas de emprego de estafetas também seria colmatada — um fenómeno especialmente patente depois da pandemia e da explosão do comércio online.

Ainda assim, Hisashi Taniguchi, presidente da ZMP, reconhece que há obstáculos a ultrapassar no que respeita à integração dos DeliRo, sim, assim se chama os robôs. “Eles são recém-chegados à nossa sociedade humana, por isso é normal que sejam vistos com alguma desconfiança.”

De forma a facilitar a adaptação, e a garantir que tudo decorre com a máxima segurança, os robôs não vão operar sozinhos, já que terão humanos a monitorizá-los remotamente e a intervir caso tal seja necessário.

Os dispositivos terão uma velocidade máxima de seis quilómetros por hora, o que significa que as chances de provocarem lesões severas em caso de colisão. Contudo, há outras situações que devem (e estão a) ser acauteladas.

Por exemplo, a possibilidade de saírem da área da passadeira e baterem contra um carro por os dados inseridos no seu sistema não coincidirem com as distâncias reais. É por hipóteses como esta que cada robô tem um humano designado que o controla via câmara e que será automaticamente alertado caso a progressão do aparelho seja impossibilitada por um obstáculo, detalha o site Raw Story.

Nesses casos, os humanos serão chamados a intervir, assim como em situações de muito tráfego, como são os cruzamentos das ruas do Japão. Para isso, ajudarão as imagens em tempo real capturadas pelo DeliRo e que são enviadas para os escritórios da empresa, onde um humano dará indicações dos próximos movimentos.

O Japão tem atualmente uma das populações mais idosas do mundo, com quase 30% dos cidadãos com idades superiores a 65. Muitos vivem em áreas rurais despovoadas e onde o acesso a bens essenciais é limitado.

ZAP //

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