As doenças evitáveis por vacinação estão a aumentar na Europa – mesmo depois de várias décadas de um historial bem documentado de segurança e eficácia das vacinas.
As doenças evitáveis por vacinação estão a aumentar nos países da União Europeia (UE) e do Espaço Económico Europeu (EEE).
“É desanimador ver que, apesar de décadas de um historial bem documentado de segurança e eficácia das vacinas, os países da UE/EEE [Noruega, Islândia e Liechtenstein] e a nível mundial ainda enfrentam surtos de várias doenças evitáveis por vacinação”, lamentou a diretora do ECDC, Andrea Ammon, citada num comunicado da agência europeia.
O alerta foi emitido esta segunda-feira, pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) no âmbito da Semana Europeia da Vacinação.
Esta iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) Europa, a decorrer desde domingo e até dia 27, visa “celebrar os sucessos e a capacidade da vacinação em manter várias gerações protegidas contra doenças evitáveis, permitindo (…) vidas mais plenas e saudáveis”.
Mais vulneráveis expostos ao risco
O número de casos de sarampo começou a aumentar em 2023 – muito por culpa de “uma moda dos papás” – e a tendência manteve-se em vários Estados-Membros da UE.
Entre março de 2023 e o final de fevereiro de 2024, foram notificados “pelo menos 5.770 casos de sarampo, incluindo pelo menos cinco mortes”.
Em Portugal, entre 1 de janeiro e 10 de março de 2024, registaram-se 16 casos, segundo o Boletim Epidemiológico sobre o sarampo da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Tendo em conta a facilidade com que o sarampo se espalha, o ECDC considera essencial que 95% da população tenha sido imunizada com duas doses da vacina para interromper a transmissão.
Em relação à tosse convulsa, dados preliminares indicam um aumento de mais de 10 vezes nos casos em 2023 e 2024 em comparação com 2022 e 2021, refere o comunicado. A imprensa portuguesa deu conta, no final de março, de dois casos confirmados no país.
O ECDC defende “esforços contínuos para identificar lacunas de imunidade na população”, pedindo um “trabalho adicional” para “garantir que ninguém seja deixado para trás, especialmente entre as populações vulneráveis e desfavorecidas, como refugiados, migrantes, requerentes de asilo e outros grupos”.
ZAP // Lusa